S�o Paulo - O prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad (PT), foi vaiado no domingo, 31, ao ter sua presen�a anunciada pelo ator Jarbas Homem de Mello na pe�a Chaplin, o Musical, em cartaz no Theatro Net S�o Paulo, na Vila Ol�mpia, bairro nobre da zona sul. Foi o quarto ato de hostilidade a um integrante do PT na capital paulista em menos de um m�s - todos em situa��es privadas, e n�o em eventos da vida p�blica.
"Percebi que a vaia estava aumentando. Disse que est�vamos numa democracia, que todo mundo tem o direito de se manifestar, mas que est�vamos ali para celebrar Chaplin", relatou Jarbas.
Depois disso, o ator voltou a agradecer o p�blico e se despediu. A orquestra tocou uma m�sica para amenizar o clima de constrangimento e as cortinas se fecharam. A Prefeitura afirmou ontem que "as vaias ao prefeito Fernando Haddad fazem parte da democracia".
Pessoas que estavam na apresenta��o tamb�m disseram que professores e crian�as que assistiram � pe�a pediram para tirar fotos com Haddad. Ao t�rmino do espet�culo, Haddad e Chalita foram ao camarim - as vaias n�o foram tema da conversa com o elenco. A atriz Claudia Raia, uma das produtoras do musical, tamb�m participou do bate-papo.
'Errado'
Em entrevista recente � revista Vice, Haddad mostrou desconforto com protestos contra pol�ticos feitos em ambiente ou momentos da vida particular. "Acho que quando voc� mistura p�blico com o privado em rela��o a pessoas eleitas e democr�ticas, que t�m uma trajet�ria democr�tica, � uma confus�o que me lembra o pior da tradi��o pol�tica", afirmou Haddad, ao ser questionado sobre ato do Movimento Passe Livre (MPL), em frente � sua casa. O protesto ocorreu em fevereiro, em meio � discuss�o sobre aumento da tarifa de �nibus. Dois meses depois, um grupo apoiado pelo MPL fez um protesto na aula de p�s-gradua��o que Haddad ministra na USP.
"Eu n�o fui o primeiro prefeito hostilizado dessa maneira por eles, mas n�o recomendo para as pessoas progressistas agirem dessa maneira contra nenhum pol�tico", disse Haddad. "Eu acho errado, mas penso que eles v�m de uma tradi��o pol�tica complicada, uma vis�o antiestatal. Para minha forma��o de esquerda democr�tica, vejo com alguma preocupa��o a forma como eles se organizam, embora reconhe�a a legitimidade da reivindica��o."
No m�s passado, a presidente Dilma Rousseff foi recebida com panela�o em sua chegada ao casamento do cardiologista Roberto Kalil Filho. O secret�rio municipal Alexandre Padilha foi alvo de protesto em uma churrascaria nos Jardins. Na semana seguinte, o ex-ministro Guido Mantega foi hostilizado pela segunda vez, tamb�m em um restaurante - a primeira havia sido no Hospital Albert Einstein, no Morumbi.