Felipe Werneck, 03 - A uma semana do 5.� Congresso Nacional do PT, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta quarta-feira, 3, no Rio que o "erro mestre" do partido foi n�o ter feito a reforma pol�tica em 2003, no in�cio do primeiro governo do presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
"O homem n�o � mais forte do que a m�quina e a m�quina de fazer pol�tica no Brasil est� viciada. Na minha opini�o, esse � o erro mestre, causador de outros, porque na medida em que n�o se mudou a forma de fazer pol�tica, alguns dos nossos foram mo�dos pela m�quina de fazer pol�tica", disse o ministro e ex-governador da Bahia. O encontro do PT ser� em Salvador a partir do dia 11.
Wagner atribuiu a decis�o em 2003 a um "arroubo de achar que a gente era mais forte do que tudo", mas disse n�o se envergonhar da trajet�ria do PT. "Nosso erro, por isso n�o me envergonho e continuo na caminhada, foi n�o ter mudado a matriz do exerc�cio da pol�tica no Brasil. Acabou que muita gente sucumbiu." Ele afirmou que "erros" precisam ser assumidos e reconheceu que a crise atual � a maior da hist�ria do PT. "Ser� um congresso �mpar por esse momento, sem d�vida nenhuma o de maior questionamento nos 35 anos do partido, mas prefiro usar o ditado oriental, de que a crise n�o � um fim em si mesmo, ela � uma oportunidade."
O ministro disse que continua se orgulhando dos governos petistas por considerar que "o saldo � extremamente positivo para a democracia, a economia e o avan�o brasileiro". Ao comentar a press�o de setores do PT por resolu��o em Salvador que cobre mudan�as na pol�tica econ�mica do governo Dilma Rousseff, Wagner disse que o congresso ser� momento de reflex�o para apontar caminhos e que o partido "tem de fazer a cr�tica que quiser, at� porque economia n�o � ci�ncia exata". Mas que considera "ingenuidade" a proposta de radicaliza��o contra o governo no documento final, j� criticada pelo presidente do PT, Rui Falc�o.
Sobre a nova ofensiva dos presidentes da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o projeto que d� poder ao Congresso para sabatinar indicados pelo governo para presidir empresas e bancos p�blicos, o ministro disse que "n�o � isso que vai resolver". "Pessoalmente acho, at� em fun��o do que a gente fez, que o melhor que ter�amos a fazer � instituir em institui��es como Petrobras e Banco do Brasil o que as empresas de porte fazem hoje. N�o se trata de quem indica, mas da metodologia de escolha. Podia se fazer um processo interno de sele��o."
Wagner participou das cerim�nias de formatura de sargentos e de oficiais da Marinha. Ao mencionar sua gest�o na Bahia, citou Deus: "Tenho a cabe�a erguida. Na Bahia, a gente est� muito bem, a trajet�ria � muito positiva. Gra�as a Deus nada dessas quest�es aconteceram, que seguramente s�o um obst�culo na nossa caminhada."