Bras�lia - Com receio de uma derrota em uma proposta considerada vital para o ajuste fiscal, o governo j� trabalha com a possibilidade de uma manobra para adiar a vota��o prevista para esta quarta-feira do projeto que rev� a pol�tica de desonera��o da folha de pagamento.
Enviado em mar�o ao Congresso, primeiro na forma de medida provis�ria e depois como projeto de lei, o texto volta a onerar setores que recolhiam taxas no regime especial de tributa��o. Picciani, aliado do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), j� anunciou que pretende poupar da eleva��o dos tributos os segmentos de comunica��o, transportes, tecnologia da informa��o e de alguns itens da cesta b�sica. Essa hip�tese � recha�ada pelo governo, sob o argumento de que exce��es "abririam a porteira" para novas concess�es, desconfigurando a mat�ria.
O Planalto tenta convencer Picciani a recuar e garantir que nenhum setor seja exclu�do do alcance da medida. Hoje, o presidente em exerc�cio Michel Temer tem encontro marcado com o l�der do PMDB e com Cunha logo de manh�, no Pal�cio do Jaburu. Mais tarde, uma nova reuni�o com lideran�as da base tamb�m vai tratar do tema.
Como Picciani nem ainda sequer apresentou seu relat�rio e passou a �ltima semana em viagem oficial ao exterior, as conversas emperraram. "Ningu�m sabe e ningu�m viu esse relat�rio", resume um aliado de Dilma. H� ainda outro fator que dificulta as conversas. A bancada fluminense do PMDB, que foi contemplada recentemente com o comando da companhia Docas do Rio de Janeiro, tamb�m reivindica diretorias hoje nas m�os do PDT e do PROS, que resistem a ceder espa�o.
A seu favor, o governo tem a fila de vota��es na C�mara. O projeto das desonera��es s� pode ser votado se Temer retirar pedidos de urg�ncia constitucional de um pacote anticorrup��o. Caso o Pal�cio do Planalto opte por trabalhar para adiar a vota��o, Cunha j� avisou que s� colocar� a mat�ria na ordem do dia novamente depois de uma nova rodada de delibera��es da reforma pol�tica.
O modo como Picciani tem tratado o relat�rio gerou descontentamento em partidos da base, inclusive dentro do pr�prio PMDB. Deputados que representam setores n�o contemplados est�o sob press�o e se queixam que o relat�rio n�o pode tratar o tema de forma "seletiva". "N�o faz sentido voc� privilegiar determinados setores e punir outros. � oito ou oitenta: ou matamos a proposta no ninho - n�s que defendemos os projetos que desoneraram a folha de pagamento - ou a gente n�o exclui nenhum setor", disse o deputado Leonardo Quint�o (PMDB-MG) ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado.
O Planalto mapeou a dissid�ncia e vai us�-la para pressionar Picciani a mudar seu relat�rio. O governo tamb�m acenou que aceita ceder na quest�o do escalonamento da vig�ncia das novas al�quotas.
Com Ag�ncia Estado