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Estado de Minas

Chapa majorit�ria do PT racha e grupo vai propor independ�ncia do governo


postado em 10/06/2015 18:07

S�o Paulo, 10 - A chapa majorit�ria do PT, Partido que Muda o Brasil (PMB), vai chegar ao 5� congresso do partido dividida. A corrente Novo Rumo, que integra a PMB e tem quadros como o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, e o deputado estadual e secret�rio de comunica��o da legenda, Jos� Am�rico, divulgar� nesta quarta-feira, 10, v�spera do in�cio do evento em Salvador, um manifesto pedindo mais independ�ncia do partido em rela��o ao governo federal e mais di�logo com as bases. O documento foi elaborado em parceria com outra corrente minorit�ria, a Esquerda Popular Socialista (EPS). O manifesto do Novo Rumo n�o tem o aval da Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente majorit�ria com a qual forma a PMB.

"Essa carta reflete a necessidade que a gente tem de se diferenciar, de marcar com maior liberdade o protagonismo que achamos que o PT deve ter. O partido n�o pode andar a reboque do governo federal", afirmou Am�rico ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado. Ele foi o principal articulador da proposta de levar um documento separado da CNB. "N�o somos contra o ajuste fiscal nem temos nada pessoal contra o ministro (Joaquim) Levy, entendemos que o di�logo com o mercado tem que existir. Mas precisa haver tamb�m um di�logo com o andar de baixo. A gente precisa voltar a dialogar com o povo, reconectar com a nossa base", defendeu.

O congresso ocorre em meio a mais grave crise pol�tica do partido e do governo Dilma. Nessa ter�a, o estadao.com.br tamb�m revelou detalhes das propostas defendidas pelo grupo de Lula. No documento intitulado "Carta de Salvador", ele sugere uma "nova pol�tica de alian�as", ancorada por uma frente de partidos e movimentos sociais, e faz cr�ticas veladas ao PMDB, partido da base aliada.

A avalia��o de integrantes do Novo Rumo � de que a CNB acabou pressionada pelo governo e, por isso, a PMB apresentou um texto t�mido, institucional, que n�o deu destaque a pautas caras ao partido, como o fim do fator previdenci�rio, o estabelecimento da jornada de 40 horas, a taxa��o de grandes fortunas e heran�as, al�m da regula��o dos meios de comunica��o. V�rios dos principais quadros da CNB est�o diretamente ligados ao governo - como os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Edinho Silva (Comunica��o Social), Ricardo Berzoini (Comunica��es), Arthur Chioro (Sa�de), al�m do l�der do governo na C�mara, Jos� Guimar�es.

A corrente Novo Rumo tamb�m considera que a tese apresentada pela PMB n�o colocou claramente a independ�ncia que a bancada petista deve ter em rela��o ao governo federal para defender as quest�es trabalhistas e os programas sociais - atingidos pelos cortes no or�amento.

"O PT precisa recuperar o seu protagonismo na cena pol�tica brasileira, afirmando a sua condi��o de partido independente, com peculiaridades e bandeiras pr�prias. N�o pode correr o risco de comprometer a sua legitimidade como representante da maioria do povo trabalhador. Isso significa defender na sociedade e no Congresso Nacional propostas pr�prias que correspondam aos anseios mais profundos de sua base social, sem ficar esperando que o governo o fa�a", diz trecho do documento obtido pelo Broadcast Pol�tico. "A aprova��o das 40 horas semanais de trabalho (...) � um exemplo de luta que bancada federal petista poderia levar � C�mara Federal(...). Outro exemplo � o apoio das inst�ncias partid�rias � posi��o atual da bancada federal de buscar uma alternativa ao Fator Previdenci�rio, contra a press�o do governo para que os deputados e senadores petistas votem contra propostas que eles (e o PT) sempre defenderam. Por terem natureza distinta, os atritos e tens�es entre o partido e o governo, em especial em momentos com os que estamos atravessando, s�o inevit�veis e at� desej�veis", afirma o texto.

Na linha do que disse Am�rico, o documento afirma que "o PT precisa reatar com urg�ncia os la�os com a sua base social" e que "a defesa do governo Dilma n�o pode se constituir em um obst�culo a este enorme desafio do partido de se reaproximar de seus apoiadores".

A tese apresentada pela PMB traz um texto mais ameno, que refor�a em diversos pontos o apoio e a defesa do governo Dilma e do legado de 12 anos de governo petista. Enquanto o texto do Novo Rumo com a EPS quer instar o governo "a reassumir as bandeiras populares que o levaram � vit�ria eleitoral em 2014".

�rea social

O texto tamb�m � enf�tico a defender o custeio de programas sociais como Prouni, Pronatec, Ci�ncia sem Fronteiras, Minha Casa, Minha Vida, Mais M�dicos, al�m do fortalecimento do SUS, e dos programas de saneamento b�sico e de apoio ao acesso � �gua pot�vel. "Nada justifica cortes de gastos nestas �reas", pontua.

Apesar de ter elaborado um documento em separado, a corrente Novo Rumo n�o adota um discurso de ruptura com a CNB. "H� uma dificuldade de relacionamento aqui em S�o Paulo, mas n�o � necessariamente uma carta contra (a CNB)", pondera Am�rico.

Resolu��o final

A carta manifesto do Novo Rumo pode influenciar a composi��o da resolu��o final do PT, a ser elaborada ao fim do congresso. Enquanto a CNB defender� um texto mais moderado com rela��o ao governo, baseado na "Carta de Salvador", antecipada ontem pelo Estad�o, o Novo Rumo vai tentar colocar emendas para uma diferencia��o mais enf�tica entre partido e governo, em um afastamento de Dilma.

A chapa PMB tem pouco mais da metade dos delegados no Congresso - cerca de 54%. O Novo Rumo, tem cerca de 6% dos delegados e a EPS, outros 6%. Se eles tiverem apoios de outras correntes, podem tirar a maioria que a PMB teria para manter o discurso mais moderado e conseguir aprovar emendas mais duras ao governo Dilma.

A ida da presidente ao Congresso, nesse caso, ainda que n�o na abertura do evento como inicialmente previa o partido, pode ser determinante nessa disputa interna. Sua presen�a demonstraria que ela d� import�ncia e pretende ouvir sua base partid�ria, o que daria for�a ao texto defendido pela CNB.


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