Para pacificar a base aliada, em especial o PMDB, e consolidar apoio para a aprova��o do projeto de lei que rev� a pol�tica de desonera��o da folha, o governo prometeu nesta quarta-feira, 10, liberar R$ 4 bilh�es em emendas parlamentares, assinar um decreto que garante que o pagamento de emendas antigas de deputados e senadores n�o ser�o canceladas e acelerar a nomea��o de cargos de segundo escal�o.
Em rela��o � distribui��o de cargos, o governo decidiu que nos Estados onde n�o houve acordo em rela��o ao nome indicado, a decis�o ser� tomada pelo governo. Ficou decidido ainda que, neste domingo, o vice-presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, das Comunica��es, Ricardo Berzoini, e da Avia��o Civil, Eliseu Padilha, se re�nem para checar o mapa das nomea��es e dar celeridade a elas.
Os an�ncios foram feitos em reuni�o comandada por Temer e Mercadante hoje no Pal�cio do Jaburu. O ministro da Casa Civil defendeu a necessidade de que seja nomeado um ministro para a Secretaria de Rela��es Institucionais, cargo que hoje est� vago, acumulado por Temer. Segundo ele, com a chegada do momento de libera��o das emendas parlamentares, � preciso que haja uma pessoa cuidando permanentemente disso para saber exatamente como ser� feita a distribui��o. Hoje, Berzoini e Padilha cuidam do assunto.
A fala repercutiu mal no PMDB. Segundo integrantes do partido, a ideia cria um clima de "hostilidade" entre PT e PMDB e poderia causar at� mesmo o rompimento da alian�a das duas siglas. Nos bastidores, peemedebistas classificaram a proposta como uma rea��o por ele ter perdido espa�o no governo desde que o vice acumulou a fun��o de coordenador pol�tico. Alguns chegaram a dizer, por�m, que se Dilma realmente nomeasse um novo nome para a SRI ela estaria assinando a "declara��o de rompimento" com o PMDB.
Para o ex-ministro Moreira Franco, um dos principais aliados de Temer, "n�o cabe esse tipo de ciumeira e hostilidade" a quem est� "entregando os resultados" esperados. Ele lembrou tamb�m que h� muitas medidas importantes que ainda precisam passar pelo Congresso, como o projeto das desonera��es da folha de pagamento. "Eu acho que o Michel tem dado demonstra��es no exerc�cio da atribui��o que lhe foi delegada pela presidente de que n�s do PMDB n�o vamos deixar que a perplexidade paralise o Pa�s. � natural que ela reconhe�a isso", disse. O l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira (CE), tamb�m criticou a ideia de Mercadante. "Quer dizer que eu sou chamado para apagar o inc�ndio e depois vou l� e queimo o bombeiro", ironizou.
Partidos aliados e peemedebistas jogam na conta de Mercadante o fato de as indica��es n�o sa�rem, dizendo que elas est�o emperradas na Casa Civil. A Casa Civil, por sua vez, alega que a demora � natural e que muitas das nomea��es n�o sairam por falta de entendimento dos pr�prios partidos. Desde o in�cio do ano, a Casa Civil j� analisou 1900 nomes enviados para consultas. Isso n�o significa que foram feitas 1900 nomea��es, mas sim este n�mero de checagens.
Hoje, o ministro-chefe da Secretaria de Comunica��o Social, Edinho Silva, saiu em defesa do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, depois da pol�mica criada com o fato dele ter defendido que a presidente Dilma Rousseff nomeasse um ministro para a coordena��o pol�tica, que hoje est� a cargo do vice-presidente Michel Temer, do PMDB. "A fala do ministro Aloizio Mercadante tinha por objetivo aprimorar o funcionamento do atendimento aos parlamentares e �s suas demandas", declarou Edinho ao Estado. "A posi��o � de reconhecimento ao vice-presidente, que tem cumprido papel fundamental na garantia da governabilidade", prosseguiu Edinho Silva. Segundo o ministro, "a rela��o com PMDB e o vice-presidente Michel Temer � de pacifica��o e de constru��o da governabilidade". (Colaboraram Rafael Moraes Moura e Beatriz Bulla)