Trinta e tr�s deputados do PT assinaram um manifesto que, entre outros pontos, reconhece erros cometidos pela legenda, pede a revis�o da pol�tica de alian�as e a renova��o da dire��o do partido. O documento foi apresentado nesta tarde em ato no Sal�o Verde da C�mara dos Deputados e � encabe�ado por parlamentares da corrente interna Mensagem ao Partido, da qual fazem parte o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, e o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Apesar disso, o deputado Paulo Teixeira (SP) afirmou que tamb�m h� signat�rios de outras cinco tend�ncias: Articula��o de Esquerda, Movimento PT, Milit�ncia PT, Construindo um Novo Brasil (CNB) e Esquerda Popular Socialista (EPS).
Logo no in�cio do texto, os petistas destacam que o partido passa pelo "momento mais dif�cil" da sua hist�ria. O manifesto defende realiza��es promovidas durante os governos do PT, argumentando que prioridades foram invertidas e que o papel do Estado foi ressignificado. "Nestes 12 anos (...), lideramos a maior transforma��o social j� ocorrida no Pa�s", afirmam os deputados, na reda��o. Em seguida, no entanto, eles reconhecem que "nem tudo saiu como quer�amos" e citam como exemplo "fatos graves" envolvendo a Petrobras, numa refer�ncia aos esc�ndalos de corrup��o que atingiram a empresa e integrantes do PT.
Segundo o documento, a sigla "abdicou do protagonismo na elabora��o de propostas para o Pa�s". Ele alerta ainda para a "incapacidade" do PT de "interferir nos rumos" do governo. "Exemplos disto s�o as recentes decis�es do governo no sentido de reorganizar a economia, reposicionando o modelo de desenvolvimento que permitiu resultados t�o positivos, desde o in�cio do governo Lula, e que tem gerado preocupa��o nos brasileiros", pontuam os parlamentares, numa cr�tica � pol�tica econ�mica do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Para os signat�rios do documento, esse "reposicionamento adota pol�ticas de car�ter recessivo, com aumento de juros que provoca desacelera��o econ�mica e desemprego."
Estrutura
O manifesto tamb�m critica o funcionamento interno do PT. "As elei��es internas passaram a ser marcadas por v�cios que sempre combatemos nas elei��es gerais". "Somos permanentemente atacados por nossos advers�rios e suas armas mais eficazes contra n�s s�o as contradi��es que se estabelecem nas pr�ticas de alguns de nossos pr�prios integrantes", completam os petistas.
Al�m das mudan�as no comando do PT, o manifesto pede a substitui��o do Processo de Elei��o Direta (PED) como o modelo para a elei��o dos dirigentes e a cria��o de um "sistema compartilhado de finan�as" na legenda. Outro item advogado pelos petistas � o "combate sem tr�gua � corrup��o", refor�ando uma decis�o do diret�rio nacional de expulsar filiados "comprovadamente envolvidos" em malfeitos. O documento afirma por �ltimo que � preciso intensificar a campanha por uma "efetiva reforma pol�tica" e reavaliar a pol�tica de alian�as do PT para as elei��es de 2016 e de 2018, "de forma a garantir identidade program�tica" e tendo como base "aliados hist�ricos" do partido.