It�lia suspende extradi��o de Pizzolato mais uma vez

Jorge Macedo

Bras�lia – A Justi�a italiana suspendeu, pela segunda vez, a extradi��o do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. A decis�o partiu do Conselho de Estado italiano, que acatou um recurso impetrado ontem pela defesa do petista. Assim, a extradi��o foi suspensa temporariamente at� que o juiz do conselho respons�vel pelo caso tome uma decis�o definitiva. Como foi interposto em regime de urg�ncia, o recurso poder� at� ser analisado ainda hoje pelo juiz de plant�o.
Essa � uma pr�tica comum na It�lia, que visa a evitar que o r�u seja levado para o pa�s de origem antes do pronunciamento do conselho. A extradi��o estava marcada para segunda-feira. Se o recurso da defesa for acolhido,  a medida ficar� suspensa at� a data da audi�ncia que julgar� o pedido. Caso seja rejeitado, Pizzolato ser� extraditado em poucos dias.
O Conselho de Estado que barrou novamente a extradi��o do ex-diretor do Banco do Brasil � um colegiado formado por parlamentares e juristas e � a �ltima inst�ncia da Justi�a Administrativa da It�lia. A decis�o ocorreu por volta das 19h (14h no hor�rio de Bras�lia) e surpreendeu as autoridades brasileiras. Segundo o secret�rio de Coopera��o Internacional da Procuradoria-Geral da Rep�blica, Vladimir Aras, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, j� havia articulado uma opera��o conjunta com a Pol�cia Federal para buscar Pizzolato.
A Corte de Cassa��o, equivalente ao STF no Brasil, e o Minist�rio da Justi�a italiano j� haviam decidido pela extradi��o do petista. Uma equipe de quatro policiais federais – um delegado e tr�s agentes – estava no aeroporto de Bras�lia, pronta para embarcar, quando foi avisada da suspens�o. Na semana passada, o Tribunal Administrativo Regional do L�cio n�o acolheu o recurso apresentado pela defesa e autorizou a extradi��o. Assim, o governo brasileiro teria 20 dias, a partir de 15 de junho, para providenciar o retorno de Pizzolato.
O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, afirmou que respeita a decis�o judicial italiana, mas quer a extradi��o de Pizzolato. “O governo brasileiro respeita a justi�a italiana, que tem soberania para apreciar o pedido de extradi��o. Agora temos que aguardar a solu��o final. N�s estaremos sempre lutando para que a decis�o do Judici�rio seja cumprida, que � o que temos em conjunto feito com Minist�rio P�blico Federal”, concluiu.
Pizzolato tem cidadania italiana e foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 12 anos e 7 meses de pris�o no julgamento do mensal�o, pelos crimes de peculato, corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Ele fugiu para a It�lia em 2013, antes de ser expedido o mandado de pris�o. Ap�s ser declarado foragido, Pizzolato foi preso pela Interpol em Maranello, no norte da It�lia. Em seguida, o governo brasileiro pediu a extradi��o dele � Justi�a Italiana. O ex-diretor cumpriu quase 11 meses de pris�o na It�lia, que ser�o descontados da pena total.