Sil�ncio da Venezuela � visto como uma negativa, diz A�cio

Bras�lia - O presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves (MG), considerou nesta ter�a-feira que o sil�ncio do governo venezuelano a uma autoriza��o para a comitiva do Senado desembarcar em avi�o da For�a A�rea Brasileira (FAB) no Pa�s, � uma sinaliza��o de que n�o s�o "bem-vindos".

"N�o tivemos at� agora uma resposta a essa autoriza��o. Passo a interpretar que, se temos uma viagem marcada para depois de amanh� e ainda n�o h� uma autoriza��o para que des�amos na Venezuela, n�o h� uma vontade, na minha interpreta��o, de que estejamos l�. Mas h� outras alternativas", ressaltou A�cio Neves, ap�s encontro da Executiva do PSDB em Bras�lia.

"A nossa solidariedade � ao povo venezuelano. Acabo de falar com a deputada Maria Corina, com a Tintori (mulher do opositor venezuelano Leopoldo L�pez) e eles nos est�o aguardando na quinta-feira, 18. E vamos fazer uma manifesta��o pac�fica pela liberta��o dos presos pol�ticos e pela defini��o de uma data para as elei��es parlamentares que dever�o ser acompanhados por organismos internacionais. Cumpriremos ent�o, um papel que o governo brasileiro em todos esses �ltimos anos n�o vem cumprindo", emendou o tucano.

Na segunda-feira, 15, senadores da oposi��o aprovaram na Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado a ida de uma delega��o � Venezuela para uma visita de solidariedade aos opositores venezuelanos que est�o presos, acusados de incitar o uso da viol�ncia nos protestos contra o presidente Nicol�s Maduro no ano passado.

O presidente da comiss�o, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), refor�ou o coro de que o sil�ncio do governo venezuelano demonstra falta de interesse das autoridades do pa�s vizinho no desembarque dos parlamentares em Caracas.

"O ministro Jaques Wagner (da Defesa) foi solicitado pelo presidente do Senado a ceder uma aeronave da FAB para levar essa delega��o, que � uma delega��o oficial resultante de uma delibera��o do Senado. O ministro Wagner encaminhou essa solicita��o �s autoridades venezuelanas porque, em se tratando de um avi�o militar, � preciso autoriza��o para pouso e at� agora n�o h� uma respostas. Diante disso, entendemos que � uma nega��o", ressaltou.

Para o tucano, o caso pode parar nas Justi�a internacional. "N�s estamos estudando inclusive medidas judiciais porque o comprometimento da Venezuela com a causa democr�tica atende a um acordo firmado pela Venezuela e pelo Brasil quando a Venezuela ingressou na Mercosul e � uma das cl�usulas democr�ticas do Mercosul e tamb�m da OEA (Organiza��o dos Estados Americanos). De modo que � preciso que a OEA e o Mercosul se pronunciem sobre a quest�o da perman�ncia da Venezuela dada a infring�ncia not�ria das cl�usulas democr�ticas", defendeu.

Alternativas

Entre as alternativas estudadas pelos senadores est� a ida a Caracas por meio de um avi�o comercial ou o fretamento de uma aeronave que seria custeado pelo PSDB e o DEM. Al�m de integrantes dos dois partidos, h� a previs�o de que representantes do PMDB, PSD e PSB tamb�m fa�am parte da comitiva.

"O voo de carreira seria mais barato, mas voc� n�o tem a mobilidade do hor�rio de sa�da e chegada", considerou o l�der do PSDB no Senado, C�ssio Cunha Lima (PB). Segundo ele, numa decis�o de irem a Venezuela com um avi�o privado tamb�m est� embutida a quest�o de seguran�a dos parlamentares. "Tamb�m por uma quest�o de seguran�a. Vai que esse avi�o (da FAB) d� uma pane. A gente j� perdeu muita gente, n�. Seguro morreu de velho", disse.

Carcereiro

Segundo o senador Aloysio Nunes, n�o est� descartada a possibilidade de eles serem impedidos de ingressarem nos pres�dios como j� ocorreu com outras autoridades. Questionado a quem dever�o recorrer para ter acesso aos c�rceres, o tucano afirmou: "Ao carcereiro. Vamos procurar quem administra o pres�dio e pedir para visitar. Se disser n�o, levaremos isso em conta e faremos outras manifesta��es".