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Estado de Minas

Planilhas de empreiteiras ironizavam distribui��o de obras da Petrobras


postado em 19/06/2015 15:07

Rio, 19 - A investiga��o da Pol�cia Federal, que culminou na pris�o dos presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez, identificou planilhas em que era organizada a distribui��o das obras da Petrobras entre as empreiteiras integrantes do cartel. Os documentos apreendidos descreviam a negocia��o para participar das obras como "bingo fluminense" e "campeonato esportivo", sendo cada empresa classificada entre os "jogadores". De acordo com a investiga��o, apenas o ex-diretor de servi�os da Petrobras Renato Duque recebeu propinas de 60 contratos firmados com as empresas.

As tabelas traziam nomea��es como "Lista dos Novos Neg�cios" para o Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj) ou da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), com a descri��o das licita��es de diversas unidades operacionais dos complexos de refino da estatal. Para cada contrato, as propostas oferecidas pelo esquema de cartel apresentavam pre�os entre 11% e 21% acima do valor or�ado pela estatal. Os documentos ainda continham as regras de funcionamento do cartel e da distribui��o das obras, com empreiteiras classificadas por ordem de prefer�ncia para cada obra. A investiga��o tamb�m indicou que algumas empresas "reclamavam" de serem preteridas nas obras.

"Jocosamente, h� tabelas nas quais � fixa��o das prefer�ncias � atribu�da a denomina��o de 'bingo fluminense' e �s empreiteiras, a denomina��o 'jogadores' (...). H� apontamento, no lado esquerdo, das obras da Petrobras a serem distribu�das, no topo, do nome das empreiteiras identificadas por siglas, e nos campos que seguem a anota��o das prefer�ncias de cada uma (com os n�meros 1 a 3, segundo a prioridade de prefer�ncia), como um passo para a negocia��o dos ajustes", descreve o decreto de pris�o expedido pela Pol�cia Federal na �ltima segunda-feira, dia 15.

De acordo com a investiga��o, as tabelas traziam as indica��es de CO para a Construtora Norberto Odebrecht e AG para a Andrade Gutierrez. Parte das tabelas foi entregue � pol�cia na dela��o premiada do presidente da Setal �leo e G�s (SOG), Augusto Ribeiro de Mendon�a Neto. Tamb�m foram encontradas planilhas na sede Engevix Engenharia, envolvida no esquema. A participa��o das empreiteiras no esquema ainda foi confirmada em depoimentos de outros empres�rios, como o presidente da Engevix, Gerson de Mello Almada, e da Camargo Corr�a, Dalton dos Santos Avancini.

Em depoimento, Avancini teria afirmado que as empresas reclamavam da distribui��o das obras. "Havia uma reclama��o quanto a empresas que tiveram pouca participa��o no Comperj, havendo ainda dois pacotes que faziam parte do acordo do cartel em rela��o a essa refinaria, um deles o Piperack e outro Tubovias. A fim de resolver a quest�o da distribui��o das obras foi feita uma esp�cie de sorteio, tendo sido contemplada no pacote do Piperack a Odebrecht, em associa��o com a UTC e, salvo engano, a Mendes Junior", conforme trecho do depoimento transcrito no decreto.

Tamb�m os depoimentos do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do ex-gerente Pedro Barusco confirmaram a participa��o das empresas. Barusco afirmou que participava do esquema a diretoria de Servi�o de Renato Duque. Os pagamentos teriam ocorridos em contratos das �reas de G�s e Energia, Engenharia, Explora��o e Produ��o, segundo Barusco, no per�odo em que atuou na Petrobras. O ex-gerente tamb�m afirmou que houve pagamentos enquanto ele j� atuava como diretor da Sete Brasil e que os contratos de constru��o de sondas com estaleiros tamb�m contaram com desvios.

J� Costa teria indicado que "todos os recursos depositados nas contas mantidas em bancos su��os foram feitos pela Odebrecht". Os dep�sitos seriam feitos com periodicidade de dois ou tr�s meses em quatro diferentes contas por interm�dio do operador Bernardo Freiburghaus a t�tulo de "pol�tica de bom relacionamento". Um dos dep�sitos chegou ao valor de US$ 10,5 milh�es, segundo o depoimento. Paulo Roberto Costa ainda teria dito que os pagamentos ocorreram mesmo ap�s ter deixado a diretoria de abastecimento da estatal, em 2012, para acelerar os projetos em andamento na estatal. O ex-diretor disse ainda que acreditava que os pagamentos da empreiteira continuaram ocorrendo em 2014, mas que n�o poderia confirmar.


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