S�o Paulo, 19 - O vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), voltou a defender o sistema eleitoral apelidado de "distrit�o", proposto por ele e rejeitado pela C�mara dos Deputados em vota��o recente. Pelo sistema, os candidatos mais votados s�o eleitos para o Legislativo, independentemente de partidos ou coliga��es. Temer rebateu a ideia de que o distrit�o enfraqueceria os partidos e criticou as mais de 30 legendas existentes hoje no Pa�s.
"S� tivemos partidos verdadeiros no Pa�s no sistema autorit�rio", disse ap�s pedir licen�a aos jornalistas e enfatizar que sua fala n�o era uma defesa da ditadura. Segundo o peemedebista, ele fazia apenas uma constata��o de que Arena e MDB representavam setores da popula��o, algo que n�o acontece na atualidade.
"Os partidos pol�ticos perderam toda e qualquer identidade. Se voc�s se dessem ao trabalho de examinar os 32 estatutos, iam ver que s�o mais ou menos iguais. Ningu�m � contra educa��o, sa�de, seguran�a", criticou o peemedebista.
Ao falar da reforma pol�tica votada ao longo do m�s, o vice-presidente disse que, ao rejeitar altera��es, os deputados tamb�m est�o legislando. A palestra a advogados em S�o Paulo foi uma defesa do sistema eleitoral apelidado de "distrit�o", proposto por ele e rejeitado pela C�mara dos Deputados.
Integrante da assembleia que promulgou a Constitui��o em 1988, o peemedebista argumentou que a regra do coeficiente eleitoral, em vigor hoje no Brasil, � "uma ofensa constitucional". O argumento de Temer � que o no sistema atual, os votos n�o tem o mesmo peso, como manda a Carta Magna. Ele admitiu, por�m, a impossibilidade de se contestar a norma constitucional.
Temer criticou ainda o voto distrital, outra medida rejeitada pelos deputados, sob o argumento de que ele "apequena a fun��o de um deputado federal". "O deputado se transformar� num representante daquela regi�o, e s� daquela regi�o. O pensamento n�o ser� mais em nome do povo brasileiro. Esta n�o � a fun��o que tipifica a atividade do deputado", argumentou. O peemedebista se disse favor�vel, por�m, ao projeto do senador Jos� Serra, que institui o voto distrital em munic�pios.
Sobre o voto em lista, Temer disse que seria a favor caso o Brasil tivesse partidos estruturados, mas enfatizou que este n�o � o caso. Com bom humor, disse que as listas seriam decididas pelos caciques dos partidos. "Dizem que eu sou um cacique. Os caciques dos partidos seriam privilegiados. Ent�o eu seria o primeiro da lista do PMDB no Estado de S�o Paulo", frisou, arrancando risos dos advogados presentes.