Genebra, 19 - Bernardo Freyburghaus, operador das propinas da Odebrecht e buscado pela Interpol, colocou tapumes nas janelas de seu apartamento em Genebra, na Su��a, para evitar que o movimento dentro de seu apartamento na Su��a seja visto.
Nesta sexta-feira, 19, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo o procurou no endere�o que ele indicou para a pol�cia brasileira no in�cio do ano, quando foi convocado a depor. Mas ningu�m se apresentou depois de a reportagem tocar o interfone. As luzes da cozinha estavam acesas e algumas das janelas estavam abertas.
Na caixa de correio, seu nome ainda est� registrado ao lado de sua mulher, num apartamento de luxo em Genebra e avaliado em US$ 3,5 milh�es � beira do rio R�dano.
H� dois meses, a reportagem o acompanhou pelas ruas de Genebra. Ao se dar conta que se tratava de um jornalista, ele passou a ofender a reportagem e xingar em plena rua. Freyburghaus insistiu que n�o conhecia nenhum dos nomes citados na investiga��o, como os ex-diretores e gerentes da Petrobras. "N�o conhe�o ningu�m", disse.
Ao ser questionado sobre o fato de que os delatores do caso da Petrobras terem o citado, ele apenas alertou que a imprensa estava "sendo usada". "Voc�s s�o uns merdas. Voc� � um merda", atacou.
Naquele momento, ele n�o hesitava em aparecer na janela de seu apartamento e chegava a fazer churrasco.
O Minist�rio P�blico, dias depois, pediria que a Su��a o interrogasse e ainda congelasse seus bens por conta de seu envolvimento no processo de investiga��o. Segundo a dela��o premiada de pelo menos dois ex-diretores da Petrobras, a Odebrecht havia indicado o operador como a pessoa que deveria ser procurada para a abertura das contas na Su��a. Freyburghaus tinha at� mesmo o direito de movimentar as contas em nome dos correntistas.
Quando a opera��o eclodiu, ele alegou que era su��o e que tinha "resid�ncia permanente" em Genebra. Seu escrit�rio no Rio de Janeiro passou a ficar vazio e a alega��o dos advogados era de que o n�mero de clientes havia ca�do.