Ag�ncia alvo da opera��o Acr�nimo fez repasses a empresa envolvida na Lava Jato

Bras�lia, 26 - Alvo de busca e apreens�o pela Pol�cia Federal na Opera��o Acr�nimo, a Pepper Comunica��o Interativa fez repasses � empresa LSI Solu��o em Servi�os Empresariais, alvo da Opera��o Lava Jato. A LSI pertence ao ex-deputado Andr� Vargas e seus irm�os, suspeitos de terem participado do esquema de corrup��o da Petrobras.

Os pagamentos constam nos autos dos inqu�ritos da 11� Fase da Opera��o Lava Jato, batizada de "A Origem", deflagrada em abril deste ano. Nessa etapa da Lava Jato, a PF deflagrou um esquema de desvio de recursos p�blicos, operado principalmente pelos irm�os Vargas, envolvendo a ag�ncia de publicidade Borghi Lowe.

Nos documentos constam cinco pagamentos que foram efetuados pela Pepper � LSI entre os anos de 2012 e 2013. No total, esses repasses somam R$ 98.865,00. Al�m da Pepper, o documento mostra repasses feitos por diversas ag�ncias que foram feitos em favor da LSI, a pedido da ag�ncia Borghi Lowe. Apesar de a Pepper aparecer na lista de empresas que efetuaram pagamento � LSI, ela n�o � alvo das investiga��es da Lava Jato.

A Pepper nega que haja qualquer irregularidade nos pagamentos e diz que eles foram efetuados ap�s um pedido feito por e-mail pela Borghi Lowe, empresa da qual a Pepper era subcontratada. A ag�ncia diz ainda que a subcontrata��o � uma pr�tica comum no mercado publicit�rio e que esses pagamentos s�o referentes a um "b�nus de volume", jarg�o do ramo utilizado para designar o pagamento de comiss�es entre ag�ncias. "A Pepper foi contratada pela ag�ncia Borghi/Lowe para a realiza��o de um trabalho publicit�rio, em 2012. O trabalho gerou para a Borghi/Lowe uma comiss�o legal e corriqueira no meio publicit�rio chamada bonifica��o por volume (BV). A Pepper recebeu orienta��o, via e-mail encaminhado pelo escrit�rio da Borghi/Lowe, em Bras�lia, para fazer o repasse do valor devido para a empresa LSI Solu��es em Servi�os Empresariais Ltda, cuja propriedade e liga��es desconhecia", explicou a ag�ncia por meio de nota.

Acr�nimo

A Pepper foi alvo de busca e apreens�o realizada pela Pol�cia Federal na �ltima quinta-feira, 25, quando foi deflagrada a segunda etapa da Opera��o Acr�nimo, que tem como um de seus principais alvos o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). O ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justi�a (STJ), relator do caso no Tribunal, autorizou a��es nos escrit�rios da ag�ncia em Bras�lia, S�o Paulo e no Rio de Janeiro. No total, 19 locais foram alvos de busca e apreens�o no Distrito Federal e em outros tr�s Estados.

Investigadores suspeitam que a esposa de Pimentel, Carolina Oliveira, possa ser s�cia oculta da Pepper. A informa��o � negada tanto pela empresa quanto pela primeira-dama de Minas. A suspeita surgiu porque em buscas realizadas anteriormente pela PF foi encontrado um cart�o de visitas em nome de Carolina como da empresa Pepper. A segunda etapa da Opera��o ocorreu uma semana depois de chegar ao STJ um inqu�rito do qual Pimentel � alvo. A PF suspeita que o governador de Minas recebeu "vantagens indevidas" de Benedito Rodrigues, o Ben�, que foi chegou a ser preso na primeira fase da Opera��o Acr�nimo. As investiga��es tiveram in�cio em outubro de 2014, quando a PF apreendeu um avi�o que continha R$ 113 mil em esp�cie. Ben� era um dos passageiros do jatinho, que viajava de Belo Horizonte a Bras�lia e trazia materiais de campanha de Pimentel, de quem o empres�rio � pr�ximo.

O governador de Minas, Fernando Pimentel, tem negado com veem�ncia as acusa��es e afirmou que as a��es realizadas na quinta s�o uma "extens�o da arbitrariedade" do que ocorreu no fim de maio, quando a Pol�cia Federal cumpriu busca no apartamento de Carolina e na antiga sede da Oli Comunica��es, que pertence � primeira-dama.

A Pepper atua no mercado de publicidade digital foi respons�vel pela campanha na Internet da presidente Dilma Rousseff quando ela disputou o Pal�cio do Planalto pela primeira vez, em 2010.