
A decis�o de manter Mercadante em Bras�lia foi tomada na reuni�o emergencial convocada na sexta-feira � noite, no Pal�cio da Alvorada, justamente para evitar que a crise embarcasse junto com a comitiva presidencial. A medida, acreditam auxiliares da presidente, serviu para proteger o governo do esc�ndalo e deix�-lo circunscrito ao territ�rio nacional e minimizar o desconforto com o epis�dio.
Em um momento considerado crucial para a agenda positiva do governo, o Planalto quis evitar que um dos ministros mais pr�ximos de Dilma fosse obrigado a dar novas explica��es � imprensa nos Estados Unidos, enquanto as aten��es est�o voltadas � atra��o de novos investidores e no resgate da credibilidade da economia perante a comunidade internacional.
"A viagem vai servir para dizer que o governo n�o est� afogado em uma s�rie de not�cias negativas circunstanciais", comentou um integrante da comitiva presidencial � reportagem.
Com a revela��o do teor da dela��o, uma ala do governo passou a defender internamente o afastamento de Mercadante e de Edinho, mas por ora Dilma mant�m o voto de confian�a nos ministros e n�o cogita mudan�as. Para essa ala, a nomea��o de Edinho Silva para a Secretaria de Comunica��o Social (Secom) arrastou a crise para as proximidades do gabinete da presidente.
Ricardo Pessoa entregou � Procuradoria-Geral da Rep�blica planilha intitulada "Pagamentos de caixa dois ao PT" na qual lista repasse de R$ 250 mil � campanha de Mercadante ao governo de S�o Paulo, em 2010. O empres�rio acusa Edinho de t�-lo pressionado para doar R$ 7,5 milh�es � campanha de Dilma em 2014, sob o risco de perder contratos na Petrobras, segundo a revista Veja. Os dois ministros negam as acusa��es e dizem que as doa��es foram legais.
Defesa
Pessoas pr�ximas a Mercadante admitem que o petista permaneceu no Pa�s n�o apenas pela gest�o da Casa Civil e a articula��o de vota��es no Congresso, mas tamb�m para articular a defesa do governo junto com Edinho e o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo.
Lula
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva vai aproveitar a viagem da presidente Dilma aos Estados Unidos para negociar com l�deres do Congresso sa�das para a crise pol�tica. Hoje, em Bras�lia, Lula ter� conversas reservadas com parlamentares do PT.
Aliados do ex-presidente esperam uma nova rodada de cr�ticas a Dilma no encontro. Lula considera o governo "let�rgico" e "ap�tico" diante das recentes den�ncias de irregularidades. Segundo ele, o partido n�o pode ter a mesma postura. A estrat�gia do ex-presidente, no entanto, enfrenta resist�ncias, uma vez que aliados n�o querem se desgastar perante a opini�o p�blica, j� refrat�ria ao partido.
Outro ponto que tem incomodado o ex-presidente � o fato de Dilma ter limitado a influ�ncia dos ministros Jaques Wagner (Defesa) e Ricardo Berzoini (Comunica��es) no n�cleo duro de tomada de decis�es do Planalto.