No dia de chegada do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva a Bras�lia, o ministro das Comunica��es, Ricardo Berzoini, disse nesta segunda-feira, que o Partido dos Trabalhadores "vive de momentos cr�ticos de que se alimenta para continuar se renovando e construindo a sua trajet�ria". Enquanto a presidente Dilma Rousseff cumpre uma extensa agenda de compromissos nos Estados Unidos, Lula vai aproveitar o v�cuo pol�tico para encontrar sa�das para o "caos pol�tico" instalado na capital federa.
Um dos focos de descontentamento da rela��o entre o ex-presidente e a sua sucessora � o limitado poder conferido a Berzoini e ao ministro da Defesa, Jaques Wagner, na tomada das principais decis�es do governo.
"O PT vive de momentos cr�ticos de que se alimenta pra continuar se renovando e construindo a sua trajet�ria. H� 35 anos � assim, n�o � novidade, n�s temos de saber conviver com isso com muita tranquilidade", disse Berzoini a jornalistas, depois de se reunir no Planalto com o vice-presidente Michel Temer e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Eliseu Padilha (Secretaria de Avia��o Civil) para tratar da vota��o no Senado Federal nesta semana.
"O PT est� coeso e aglutinado, na verdade (a ida de Lula) � para fazer um debate pol�tico que � sempre bem-vindo. O PT � um partido com grande democracia interna, s�o 27 Estados que t�m lideran�as importantes, sempre lutando pra construir novas pol�ticas. � assim que ele vive, � assim que ele se renova. O ex-presidente Lula � sempre muito bem-vindo pra dialogar com os parlamentares e com os movimentos sociais. � uma lideran�a inquestion�vel e que tem muita coisa a conversar conosco", afirmou Berzoini.
Ao deixar o gabinete do vice-presidente, Berzoini admitiu que foi discutida na reuni�o a composi��o do segundo escal�o, constante alvo de cr�ticas do PMDB e aliados. Questionado sobre quais as nomea��es foram acertadas, Berzoini limitou-se a dizer: "Varejo, varejo".
Estremecimento
Na semana passada, em palestra promovida pelo Instituto Lula, em S�o Paulo, Lula disse que o PT est� velho, viciado em poder, apegado a cargos, perdeu sua capacidade de gerar sonhos e utopias, n�o mobiliza mais as multid�es, a n�o ser em troca de dinheiro e se encontra diante de uma encruzilhada.
A fala de Lula contrariou o Planalto, que v� nas movimenta��es do petista uma tentativa de se afastar dos esc�ndalos de corrup��o que abalam o partido, com o intuito de se descolar dos problemas e se preservar para a elei��o presidencial de 2018.
A ida do ex-presidente a Bras�lia, coincidindo com a visita de Dilma aos Estados Unidos, tamb�m n�o agradou a auxiliares da presidente, que consideraram o "timing" p�ssimo. Na avalia��o de uma fonte ouvida pela reportagem, a imagem que se passa � que Lula tenta arrumar a casa em meio ao "caos pol�tico" enquanto Dilma n�o est�.