Na quinta-feira a Executiva Nacional do PT se reuniu em S�o Paulo para, entre outras coisas, avaliar os estragos causados ao partido pelas Opera��es Lava Jato e Acr�nimo. Na reuni�o, o PT tomou duas decis�es importantes. A primeira, tornada p�blica, foi aprovar uma resolu��o pol�tica na qual sai em defesa das empreiteiras suspeitas de desviar recursos da Petrobras. A segunda, at� agora mantida em sigilo, foi convidar o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, a dar explica��es ao partido sobre as �ltimas a��es da Pol�cia Federal, subordinada a ele.
Em conversas reservadas, lideran�as petistas usam termos como “inoperante”, “omisso”, “sem pulso firme nem lideran�a” e “ego�sta” para se referir ao ministro. Desde sexta-feira, com a divulga��o da dela��o premiada de Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, que relatou ter feito repasses �s campanhas de Dilma e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, a insatisfa��o em rela��o ao ministro aumentou consideravelmente.
Numa reuni�o de representantes dos setoriais petistas realizada no meio da semana, tamb�m em S�o Paulo, uma dirigente ligada a um parlamentar sugeriu abertamente que o PT pe�a a demiss�o do ministro.
Na resolu��o pol�tica aprovada quinta-feira pela executiva nacional, a c�pula petista aumentou a intensidade dos ataques aos respons�veis pelas investiga��es contra o partido. Em cinco dos 16 itens do documento, o PT faz cr�ticas � opera��o. No item n�mero 6, o partido se diz preocupado com os efeitos econ�micos do “prejulgamento” das empreiteiras, apesar de pessoas ligadas a pelo menos cinco delas terem confessado � Lava Jato participa��o no esquema de desvio de recursos da Petrobr�s.
A ideia de convidar Cardozo a dar explica��es ao partido surgiu durante o debate sobre a manuten��o da pris�o de Vaccari, vista pelo PT como uma arbitrariedade cometida pela for�a-tarefa da Lava Jato.
Uma das cobran�as que ser� feita ao ministro � o fato de a PF ter aberto uma investiga��o sobre um carregamento de dinheiro feito por um empres�rio pr�ximo a Pimentel, mas n�o apurar casos semelhantes envolvendo tucanos, a exemplo de um apoiador do deputado Bruno Covas (PSDB-SP) pego com R$ 100 mil em dinheiro �s v�speras da elei��o de 2014. Para o PT, a PF n�o tem isonomia.