Bras�lia, 30 - O projeto que acaba com a obriga��o de a Petrobras ser operadora �nica e de ter participa��o m�nima de 30% na explora��o do pr�-sal criar� um "Frankenstein". A afirma��o foi feito pelo ex-diretor geral da Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP), Haroldo Lima.
Durante audi�ncia no Senado para discutir a proposta, apresentada pelo senador Jos� Serra (PSDB-SP), Lima disse que em nenhum lugar do mundo existe legisla��o que prev� contratos em modelo de partilha sem a opera��o por estatal ou governo local.
"Se o senador Serra estivesse aqui, ia sugerir que retirasse esse projeto", afirmou Lima. "Ele n�o pode prevalecer ou vai ser objeto de risos a� fora. � o �nico em que a empresa local n�o participa, a n�o ser que ganhe", ponderou.
Lima estava � frente da ANP quando o atual modelo de partilha foi aprovado. Ele ressaltou que a escolha desse modelo de explora��o foi feita depois de muita discuss�o, que concluiu que a explora��o no pr�-sal n�o poderia ser tratada como nos demais campos.
Abimaq
J� o diretor-executivo da Associa��o Brasileira da Ind�stria de M�quinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado, defendeu o projeto de Serra. Para ele, a mudan�a aumentar� a demanda por produtos da ind�stria brasileira. "A proposta n�o prejudica a Petrobras e tem possibilidade de incrementar o desenvolvimento da ind�stria nacional", afirmou.
Machado criticou o modelo atual e disse que a obrigatoriedade de a Petrobras estar em todos os leil�es amarra os fornecedores a um s� cliente. "Se o cliente tiver um pequeno problema, a gente tem problema tamb�m, como estamos vendo agora", disse, em refer�ncia � crise vivida pela petroleira. "Ter v�rios clientes � essencial."
O diretor defendeu ainda a manuten��o das exig�ncias de conte�do local para proteger a ind�stria nacional e garantir empregos. "O Brasil n�o tem alto n�vel de competitividade, sem isso, vamos ter muito emprego gerado fora do pa�s", completou.