Bras�lia, 01 - Principal respons�vel pela articula��o pol�tica do Pal�cio do Planalto, o presidente da Rep�blica em exerc�cio, Michel Temer, disse nesta quarta-feira, 1, que ainda aposta em um acordo entre parlamentares, governo federal e servidores do Judici�rio para definir o reajuste para a categoria.
A proposta aprovada nesta ter�a-feira, 30, no Senado Federal integra a "pauta bomba" do Congresso e prev� um aumento m�dio de 59,49% para os servidores em tr�s anos, o que pode causar um impacto de R$ 1,5 bilh�o nas contas do governo s� em 2015. A categoria alega defasagem salarial, j� que o �ltimo plano de cargos e sal�rios foi aprovado h� oito anos.
"Eu acho que ainda haver� acordo antes da hip�tese de san��o ou veto. H� dificuldades econ�micas, ent�o ressalto que os servidores merecem (aumento), mas acho que tudo isso chegar� a um ponto de conc�rdia entre Executivo e o Judici�rio", disse Temer, ao chegar ao gabinete da Vice-Presid�ncia. Temer destacou, entretanto, que o reajuste dos servidores � uma decis�o do Congresso Nacional. "Evidentemente haver� negocia��es ainda. Ainda acho que as negocia��es com o Judici�rio n�o cessaram."
"� claro que os servidores do Judici�rio merecem todo e qualquer reajustamento, apenas as condi��es atuais � que ensejaram e continuam ensejando um di�logo muito grande, intenso com os servidores, com o Supremo Tribunal Federal. Essas conversa��es continuar�o, o ideal � que se chegue num determinado ponto a um acordo. Especialmente que a� adiante vem a quest�o do aumento dos servidores p�blicos em geral", destacou.
Em entrevista, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que a presidente Dilma Rousseff vetar� o projeto de lei. Dos Estados Unidos, por telefone, o ministro manifestou enorme preocupa��o com o risco de o projeto ter impacto explosivo nos gastos de pessoal n�o s� da Uni�o, mas de todo o Estado brasileiro por causa do seu efeito de press�o em "cascata".
"N�o podemos e n�o iremos sancionar esse projeto de lei. Ele coloca em risco a estabilidade fiscal", disse Barbosa.
Para a presidente Dilma Rousseff, que cumpre agenda nos Estados Unidos, a decis�o do Senado � "lament�vel", "porque � insustent�vel um Pa�s como o nosso, em qualquer circunst�ncia, dar n�veis de aumento t�o elevados". Dilma disse que o reajuste salarial "compromete o ajuste fiscal", mas avisou que n�o discutiria veto "antes da hora".
Sinal contradit�rio
Segundo um auxiliar da presidente, o aumento de at� 78% emite um "sinal contradit�rio" � popula��o brasileira. De um lado, o governo endureceu as regras de concess�o de benef�cios trabalhistas e previdenci�rios, atingindo trabalhadores, pensionistas e aposentados, enquanto uma outra parcela da popula��o, bem menor, seria beneficiada com um reajuste substancial em um momento de aperto e deteriora��o dos indicadores econ�micos.