S�o Paulo e Curitiba - O procurador Carlos Fernando de Lima, da for�a-tarefa da opera��o Lava Jato, disse nesta quinta-feira, 2, em coletiva de imprensa que a nova fase da investiga��o n�o tem vincula��o com pol�ticos ou partidos. Ningu�m "com prerrogativa de foro (privilegiado)", esclareceu.
Segundo os procuradores, foram cumpridos quatro mandados de busca. Foram alvos dois endere�os residenciais e um empresarial de Zelada, no Rio, e uma casa da ex-mulher dele em Niter�i. Ainda de acordo com os procuradores, foram recolhidos documentos, m�dias e dinheiro - no valor que ainda n�o est� confirmado mas que estaria entre R$ 200 mil e R$ 250 mil.
Com a pris�o de Zelada, a Lava Jato fecha o cerco �s diretorias da Petrobras que concentravam as a��es de corrup��o. "Depois de um ano e meio de investiga��es, creio que n�o temos indicativos de maiores desvios em outras diretorias ou com outros diretores", disse Lima, sem contudo descartar que possa haver surpresas no futuro envolvendo outros diretores.
Os procuradores dizem ter evid�ncias de desvios na diretoria internacional, que foi comandada por Zelada e por Cerver�, em contratos ligados a refinarias, gasodutos e contratos de aluguel de sondas. Lima afirmou ser "muito importante" a investiga��o da diretoria, pois sozinha ela tinha estimativa de girar desvios em montantes de R$ 500 mil a R$ 1 milh�o por dia.
O nome da opera��o se deve � apreens�o de valores em M�naco. Zelada teve 11,6 milh�es de euros bloqueados em duas contas atribu�das a ele no banco Julius Baer, no Principado de M�naco. Rastreamento da for�a-tarefa indica tamb�m que Zelada transferiu pelo menos US$ 1 milh�o para uma conta na China, em duas remessas, uma em outubro e outra em dezembro de 2014. Entre uma e outra remessa, a opera��o Lava Jato deflagrou sua s�tima fase, contra o cartel das empreiteiras.
Antes, entre julho e agosto de 2014 - quatro meses ap�s a deflagra��o da fase ostensiva da investiga��o sobre corrup��o e desvios na estatal petrol�fera -, Zelada realizou outras duas transfer�ncias no montante de 7,55 milh�es de euros da Su��a para o Principado de M�naco.
Lima destacou que h� uma facilidade maior de bloquear valores em M�naco por haver acordo de coopera��o com o pa�s e tamb�m com a Su��a. No caso da China, explicou, � mais dif�cil at� ter a confirma��o do valor total. Segundo o procurador, a for�a-tarefa busca um acordo de coopera��o com o pa�s asi�tico. A iniciativa � ainda incipiente, mas promissora, na avalia��o do procurador.
O procurador da Rep�blica Carlos Fernando dos Santos Lima disse que n�o h� d�vidas de que a fortuna de Zelada tem origem em propinas. "Ele recebia vencimentos significativos na Petrobras, da ordem de R$ 100 mil mensais, mas sabemos que o valor (depositado no exterior) � origin�rio de corrup��o. N�o se trata de valor de sal�rio com certeza."
O juiz Moro alertou que "esses ativos ainda n�o foram recuperados ou sequestrados". "A conduta do investigado colocou em risco as chances de recupera��o integral dos ativos criminosos. N�o se deve excluir a possibilidade de existirem outras contas, pois, h� ind�cios de que Jorge Luiz Zelada tem outras contas na Su��a (como a Stone Peach) e � prov�vel que seu s�cio no Brasil esteja ocultando ativos para ele (como na Atlas Asset)."