
A Pol�cia Federal deflagrou na manh� desta quinta-feira mais uma etapa da Opera��o Lava-Jato, que investiga esquema de propina na maior estatal brasileira, a Petrobras. Na manh� de hoje, com a 15ª fase da Opera��o Lava-Jato, batizada de Conex�o M�naco, policiais cumpriram mandados de pris�o preventiva e de busca e apreens�o em duas cidades do Rio de Janeiro - na capital e em Niter�i.
O foco das investiga��es dessa etapa das investiga��es � o recebimento de vantagens il�citas no �mbito da Diretoria Internacional da Petrobras. O ex-diretor da �rea Jorge Zelada foi preso hoje, em casa, no Rio de Janeiro. Os mandados de bsuca e apreeens�o foram realizadas na casa e empresas liagdas a Zelada.
O ex-diretor da Petrobras ocupou o cargo entre 2008 e 2012, sucedando a outro investigado na opera��o, Nestor Cerver�, tamb�m preso pela PF, pela segunda vez, em janeiro deste ano, quando retorna de uma viagem a Londres, sob a acusa��o de oculta��o de bens.
Zelada e os demais investigados nesta etapa da Lava-Jato, se confirmadas as suspeitas, responder�o pelos crimes de corrup��o, fraude em licita��es, desvio de verbas p�blicas, evas�o de divisas e lavagem de dinheiro. Autoridades de M�naco, na Europa, segundo a Pol�cia Federal, bloquearam R$ 40 milh�es em nome de Zelada, em banco daquele pa�s. Por isso, essa nova fase da Lava-Jato foi batizada de Conex�o M�naco.
Preso no Rio, Zelada ser� levado para a Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba, no Paran�, at� o final da tarde desta quinta-feira. Todos os presos da Lava-Jato est�o seno conduzidos para a capital paranaense para permanecerem � disposi��o do ju�zo da 13ª Vara da Justi�a Federal, onde o esquema de corrup��o na Petrobras come�ou a ser denunciado.
Propina
Em depoimento � Pol�cia Federal, o ex-gerente de Servi�os e Engenharia Pedro Barusco disse que Zelada participava da divis�o de propinas vindas da contrata��o de fornecedores da Petrobras. Ele afirmou que uma parte dos pagamentos eram destinadas ao PT e outra, aos funcion�rios, a chamada “Casa”. Da parte da “Casa”, 50% ficava com o ent�o diretor de Engenharia e Servi�os Renato Duque, 30% com o pr�prio Barusco e 20% com Zelada.
Segundo delator, Zelada recebeu propinas na constru��o de plataformas, como a P-51 e a P-52. Um desses pagamentos foi de R$ 120 mil, entregues em esp�cie na casa do ex-diretor de Internacional da Petrobras, de acordo com declara��es de Barusco prestadas � PF em sua dela��o premiada, no dia 24 de novembro de 2014. O delator disse � pol�cia que “acha” que Zelada recebia propina no exterior por ter conta no mesmo banco que Renato Duque.
Em M�naco, a for�a-tarefa da Lava-Jato encontrou ainda dinheiro de Duque. L�, ele teve confiscados 20,5 milh�es de euros no banco Julius Bar.
Odebrecht
Zelada foi denunciado pelo Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro em 2014 por favorecimento em licita��es � Odebrecht. Em entrevista � revista �poca, o lobista e ex-funcion�rio da Petrobras Jo�o Augusto Henriques disse que ‘montou’ um contrato de presta��o de servi�os na �rea de meio ambiente e seguran�a para ser vencido pela empreiteira.
O contrato foi fechado em US$ 825 milh�es, mas depois foi revisto por uma auditoria interna na Petrobras. Desse valor, afirmou Henriques, US$ 8 milh�es foram parar na campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, nas m�os do ent�o tesoureiro Jo�o Vaccari, hoje preso na Lava-Jato. O lobista afirma que Zelada tamb�m recebeu uma parte do dinheiro.
A Odebrecht e a Petrobras brigam na Justi�a por causa da mudan�a no valor do contrato. A empreiteira e os demais acusados j� negaram as acusa��es.