
O ministro Marco Aur�lio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou a profus�o de dela��es premiadas realizadas no �mbito da Opera��o Lava Jato ao deixar a Corte nesta manh�. Ele considerou que o Pa�s vive um momento "alvissareiro" em que as coisas "j� n�o s�o varridas para baixo do tapete", mas afirmou que nunca viu "tanta dela��o" ser realizada. No total, quase 20 acordos de colabora��o premiada j� foram firmados na Opera��o, incluindo os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que serviram de base para abertura de investiga��es de pol�ticos no STF.
"O momento � alvissareiro porque quando as coisas j� n�o s�o varridas para debaixo do tapete a tend�ncia � corrigir-se rumos e isso � muito importante para termos dias melhores no Brasil", afirmou Marco Aur�lio. "Agora, devo admitir que eu nunca vi tanta dela��o. Que elas, todas elas, tenham sido espont�neas", concluiu o ministro, sugerindo esperar que nenhum dos acordos tenha sido firmado por press�o dos investigadores.
Advogados de investigados acusam o juiz que conduz a Lava Jato na Justi�a Federal no Paran�, S�rgio Moro, de manter pris�es preventivas para estimular as dela��es. Nos �ltimos dias, o tema ganhou repercuss�o ap�s a presidente Dilma Rousseff comparar os acordos de colabora��o com dela��es da �poca da ditadura militar. "Eu n�o respeito delator. At� porque eu estive presa na ditadura e sei o que � que �. Tentaram me transformar em uma delatora", afirmou a presidente na �ltima segunda-feira.
Questionado sobre as declara��es da presidente, Marco Aur�lio desconversou. "Eu assento que eles (delatores) querem colaborar com a Justi�a, muito embora o objetivo maior seja salvar a pr�pria pele, ou pelo menos amenizar uma pena futura", afirmou o ministro.