
Bras�lia – Numa estrat�gia para evitar a convoca��o do petista Jos� Dirceu e dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia), cujos nomes foram citados em dela��es premiadas da Opera��o Lava-Jato, o PT decidiu rifar o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo. Em acordo com a oposi��o, o relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz S�rgio (PT-SP), incluiu o nome de Cardozo no bloco de 73 requerimentos de convoca��o aprovado pelo colegiado na manh� de ontem. N�o h� data marcada para as oitivas. Elas devem ocorrer a partir de agosto, ap�s o recesso parlamentar.
Uma ala do PT mais ligada ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva tem se queixado da postura de Cardozo em rela��o ao que chama de “perda de controle das a��es da Pol�cia Federal”. Nos bastidores, alguns petistas tentam minar o ministro. O acordo para inclui-lo no bloco de requerimentos – que conta ainda com acarea��es, quebra de sigilos e pedidos de contratos – foi costurado por Luiz S�rgio e o vice-presidente da CPI, Ant�nio Imbassay (PSDB-BA).
Havia a possibilidade de o colegiado votar requerimentos separadamente. O primeiro da fila seria o do ex-ministro Jos� Dirceu, justamente por ser um dos pedidos mais antigos. A possibilidade de ser aprovado, se fosse posto em vota��o, era muito grande, uma vez que o PMDB havia mostrado disposi��o em apoiar a convoca��o.
Oficialmente, Cardozo vai � CPI para falar sobre a escuta encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de corrup��o na petroleira. Policiais federais afirmaram aos integrantes da CPI, na semana passada, que o grampo foi colocado sem autoriza��o judicial.
Oposicionistas v�o aproveitar a oitiva de Cardozo para aumentar ainda mais a press�o sobre a presidente Dilma Rousseff. A expectativa � de que o ministro sofra um bombardeio de quest�es sobre o esquema de corrup��o e o encontro que teve com advogados de empreiteiras investigadas.
Questionado sobre a convoca��o de Cardozo, o relator afirmou que n�o se op�s � ida do ministro. Luiz S�rgio disse ainda ter a convic��o de que o titular da Justi�a explicar� o epis�dio com “muita firmeza e convic��o”. Ele refutou a tese de que a convoca��o de Cardozo seja motivada por uma retalia��o do PT � postura do ministro. � noite, Cardozo afirmou n�o ver problema na convoca��o.
Os donos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, Marcelo Odebrecht e Ot�vio Marques de Azevedo, respectivamente, tamb�m v�o ser ouvidos pelos deputados, assim como o policial federal afastado Jayme de Oliveira, o Careca. Ele teria dito que entregou propina na casa do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Habeas corpus Alegando que est� sob “iminente amea�a” de pris�o na Opera��o Lava-Jato, Jos� Dirceu insiste no pedido de habeas corpus preventivo. Depois de ter pedido liminar indeferido, ele entrou com recurso no no Tribunal Regional da 4ª Regi�o.
Novo contrato para investiga��o
Bras�lia – O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse ontem que a Casa far� um novo contrato com a empresa brit�nica de intelig�ncia Kroll. A mando da CPI, os arapongas ingleses investigam contas banc�rias no exterior, nas quais podem ter ido parar recursos desviados do esquema do petrol�o. O peemedebista disse n�o saber ainda qual ser� o custo do novo contrato com a Kroll. Na primeira fase das investiga��es, a Casa desembolsou cerca de R$ 1 milh�o.
Ontem, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ter classificado as informa��es obtidas pela Kroll como “reservadas” para preservar sigilos banc�rios e fiscais dos investigados. A classifica��o assinada por Cunha poder� manter esses documentos inacess�veis at� 2020. Na CPI, apenas dois aliados de Cunha, Hugo Motta e Andr� Moura (PSC-SE), t�m acesso aos documentos. Andr� Moura confirmou ontem � reportagem que as novas informa��es vindas da Kroll tamb�m dever�o receber o carimbo de “reservado”, o que garante sigilo por at� cinco anos. A atua��o da Kroll dever� ser discutida em reuni�o fechada da CPI, na quarta-feira.
Na primeira fase, entregue em julho, os brit�nicos identificaram 59 contas banc�rias e 33 empresas no exterior que teriam sido usadas para o desvio de dinheiro da Petrobras. Esses bens pertenceriam a 12 pessoas, entre 15 poss�veis investigados oferecidos pela Kroll. S�o essas informa��es que foram classificadas como “reservadas” por Cunha para ficar em sigilo. (Andr� Shalders)
Val�rio � condenado
O empres�rio Marcos Val�rio, considerado o principal operador do mensal�o, foi condenado a quatro anos e oito meses de pris�o por omitir informa��es � Receita Federal sobre valores auferidos em 2003 e 2004, provocando preju�zo de R$ 1,9 milh�o aos cofres p�blicos. O publicit�rio n�o conseguiu comprovar a origem do dinheiro que transitou pelas contas dele e da mulher, Renilda de Souza. Val�rio cumpre pena de 37 anos e cinco meses de pris�o em regime fechado pelo esquema do mensal�o e dever� recorrer da decis�o.