
Na quarta-feira, Moro definiu que o primeiro a ser ouvido ser� o doleiro Alberto Youssef, que prestar� depoimentos aos t�cnicos da CGU em oito dias de julho na sede da Pol�cia Federal de Curitiba, onde est� preso. Os depoimentos de Youssef acontecer�o nos dias 15, 17, 21, 22, 23, 28, 30 e 31 de julho. Depois, ser� ouvido o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que falar� � CGU por oito dias em agosto na sede da Pol�cia Federal do Rio (ele est� em pris�o domiciliar com tornozeleira eletr�nica no Rio). Ele falar� nos dias 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13 e 14 de agosto. Ser�o ouvidos ainda o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, e o empres�rio Julio Camargo, consultor de empreiteiras em obras da Petrobras. As datas dos depoimentos dos dois, no entanto, ainda n�o foram marcadas.
� a primeira vez que a CGU, respons�vel por combater a corrup��o no �mbito administrativo, ouve os quatro principais delatores da Lava-Jato. Todos os documentos obtidos pela Pol�cia Federal, Minist�rio P�blico Federal e Justi�a do Paran�, envolvidos na investiga��o da Lava-Jato, s�o compartilhados com a CGU, que est� formalizando os processos administrativos contra as empreiteiras acusadas de fraudes em obras na estatal brasileira de petr�leo.
Cardozo Convocado para depor em outra frente de apura��o dos desvios de recursos da Petrobras – a da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras na C�mara –, o titular da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, afirmou n�o ver nenhum problema em ter sido convocado para prestar esclarecimentos � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras. “Rifado” pelo PT e pelo pr�prio governo para poupar ministros que trabalham diretamente com a presidente Dilma Rousseff, Cardozo evitou comentar a estrat�gia. “A mim n�o cabe entrar neste m�rito. Francamente, acho que � dever de um ministro ir ao Parlamento. N�o vejo por que a minha ida mudaria algum roteiro investigativo da CPI”, afirmou. O ministro disse n�o estar surpreso com a convoca��o, aprovada na quinta-feira pela CPI com a anu�ncia de seus colegas petistas, e que atender� aos parlamentares com prazer. “Se algu�m tem alguma d�vida de que eu possa contribuir (para elucidar), � o meu dever”, afirmou. Em coletiva de imprensa no Minist�rio da Justi�a, Cardozo afirmou n�o se sentir abandonado pelo PT. “Recebi da bancada de deputados do PT um manifesto de apoio � minha conduta”, disse.
Apesar da “aceita��o” do ministro, integrantes da articula��o pol�tica do governo e assessores de Cardozo procuraram deputados do PT para tentar desmobilizar a convoca��o. Por�m, diante da fragilidade do Planalto, ouviram que seria imposs�vel barrar todas as convoca��es de petistas e que algu�m seria sacrificado. De acordo com o ministro, a ida de seus assessores ao Congresso faz parte de um “procedimento- padr�o”, para sugerir que qualquer informa��o devida possa ser dada tamb�m por meio de convite ou visita de uma comiss�o de deputados ao minist�rio.
Oficialmente, a presen�a de Cardozo na CPI, ainda sem data marcada, ser� para falar sobre supostas escutas instaladas pela Pol�cia Federal na cela do doleiro Alberto Youssef sem autoriza��o da Justi�a. O ministro informou que a apura��o sobre o caso est� em curso e sob sigilo e que a��es abusivas devem ser coibidas, ressaltando que n�o controla o m�rito de investiga��es da PF. O ministro disse ainda que tem sido considerado um ministro “m�o pesada” em quest�es disciplinares. “Foram muitas as demiss�es que eu pratiquei na Pol�cia Federal e na Pol�cia Rodovi�ria Federal diante de desmandos comprovados”, afirmou. “Talvez eu tenha sido o ministro que mais demitiu por infra��es disciplinares nos �ltimos tempos.”
"Distor��es"
A defesa da OAS, gigante da constru��o sob suspeita de integrar cartel de empreiteiras no esquema de propinas que se instalou na Petrobras, aponta “numerosas diverg�ncias” na transcri��o de pelo menos duas dela��es premiadas nos autos da Opera��o Lava-Jato. Em peti��o de oito p�ginas ao juiz federal S�rgio Moro, os criminalistas encarregados de defender os executivos da OAS – r�us por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro –, sustentam que o acesso aos v�deos dos depoimentos de colaboradores, J�lio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendon�a, “permitiu verificar s�rias e graves omiss�es e distor��es das manifesta��es”. A defesa teve acesso aos �udios e v�deos ap�s decis�o favor�vel do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Os advogados pedem � Justi�a que determine a degrava��o e a transcri��o integral dos depoimentos de J�lio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendon�a.