Roma – Em sua primeira visita � It�lia desde que o governo de Roma autorizou a extradi��o de Henrique Pizzolato, a presidente Dilma Rousseff ouviu ontem que, com “rela��es renovadas” entre os pa�ses, o governo italiano “espera trazer solu��es para os casos mais dif�ceis” quando se tratar de Justi�a. Sem citar nominalmente Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensal�o, ou Cesare Battisti, que ganhou asilo no Brasil ap�s ser condenado por terrorismo na It�lia, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse que tratou com Dilma sobre “o setor de Justi�a” e que espera resultados. O governo italiano fala pouco em Pizzolato, mas insiste em ter uma resposta do Pal�cio do Planalto sobre o caso Battisti. Oficialmente, por�m, as discuss�es sobre esses temas n�o estavam previstas no encontro de Dilma com as autoridades italianas.
O ex-diretor do Banco do Brasil ainda est� preso na It�lia e espera decis�o final da Justi�a – prevista para setembro – ap�s entrar com um recurso para frear o processo. Antes de se reunir com Renzi, Dilma almo�ou com o presidente italiano, Sergio Mattarella, no Pal�cio Quirinale, resid�ncia oficial da Presid�ncia da Rep�blica, e fez uma audi�ncia com Jos� Graziano, diretor-geral da FAO, ag�ncia das Organiza��es das Na��es Unidas para agricultura e seguran�a alimentar. Os encontros foram r�pidos e, segundo relatos de alguns dos presentes, foram tratados temas amenos, sem citar os casos Battisti e Pizzolato.
Parceria Com a visita, os governos de Brasil e It�lia esperam retomar a parceria firmada entre os dois pa�ses em 2007, considerada “estrat�gica”. Dilma disse que assinou com o governo italiano um plano de a��o com 16 pontos, principalmente nas �reas de investimento, cultura, educa��o, defesa e justi�a. “Nossas rela��es se dar�o no mais alto n�vel entre os ministros, para garantir que ocorram mudan�as reais”, afirmou a presidente depois de se reunir com Renzi. Dilma disse ainda que convidou os empres�rios italianos a participarem do programa de concess�es para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, rec�m-lan�ado por ela no Brasil. Para Dilma, a “parceria excepcional” com os italianos pode se firmar no setor de log�stica. Segundo o Itamaraty, a amplia��o dos investimentos na �rea de pequenas e m�dias empresas foi um dos destaques do encontro. Com 1.200 empresas italianas atuando no Brasil, a It�lia foi, em 2014, um dos 10 principais parceiros comerciais do pa�s.
Al�m disso, de acordo com o Minist�rio das Rela��es Exteriores, Dilma discutiu com as autoridades italianas temas como defesa, educa��o e mudan�as no clima. Hoje, est� prevista visita de Dilma ao pavilh�o brasileiro da Expo Mil�o, na cidade do mesmo nome. Realizada com dinheiro p�blico mesmo durante a crise que acomete a It�lia e diversos pa�ses da Europa, a feira foi muito criticada por sindicatos e movimentos sociais, que chegaram a criar um comit� “n�o � Expo” para protestar contra as cifras bilion�rias da exposi��o que abriga, at� outubro, pavilh�es de 148 pa�ses.
Fugas
Condenado a 12 anos e sete meses de pris�o pelo STF por envolvimento com o esquema do mensal�o, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato fugiu para a It�lia em novembro de 2013. Ele foi encontrado em Maranello, no pa�s europeu, em fevereiro do ano passado. Dois meses depois a Justi�a italiana deu parecer favor�vel ao envio de Pizzolato de volta ao Brasil, mas ele entrou com recurso para reverter a decis�o. J� o militante comunista Cesare Battisti foi condenado na It�lia, em 1981, a 12 anos e 10 meses de pris�o por “participa��o em grupo armado”. Ele escapou da pris�o e se refugiou na Fran�a. Em 2005 fugiu para o Brasil, onde foi preso em mar�o de 2007. Em 2010 o
ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva negou o pedido de extradi��o.