S�o Paulo, 14 - O lobista Julio Camargo, um dos delatores da Opera��o Lava Jato, declarou � Justi�a Federal nesta ter�a-feira, 14, que pagou R$ 4 milh�es em propinas para o ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil do governo Lula). Segundo Camargo, o repasse foi feito atendendo a uma solicita��o da Diretoria de Servi�os da Petrobras, ent�o sob comando do engenheiro Renato Duque, preso na Lava Jato.
Esta � a primeira vez que Camargo cita pagamento de propina para Dirceu. O lobista dep�s como testemunha de acusa��o no processo em que s�o r�us Renato Duque, o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto e outros 25 acusados por lavagem de dinheiro.
O primeiro depoimento do dia foi o do ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco. Ele foi ouvido por mais de tr�s horas e confirmou os pagamentos para o PT via ex-tesoureiro do partido Vaccari Neto - que est� preso em Curitiba.
No processo, Barusco, Julio Camargo e outros delatores s�o r�us por corrup��o e lavagem de dinheiro nas obras de duas refinarias (Repar, no Paran�, e Replan, no interior de S�o Paulo) e em dois gasodutos.
O criminalista Roberto Podval, que defende Jos� Dirceu, afirmou que o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula n�o recebeu R$ 4 milh�es do lobista Julio Camargo. "Ele (Julio Camargo) que prove o que est� afirmando", desafiou Podval.
"Esse � o quarto depoimento de Julio Camargo, ele nunca tinha dito isso. Nunca tocou nesse assunto antes", declarou Podval. "Somos categ�ricos. Afirmamos que ele (Julio Camargo) n�o deu esse dinheiro para Jos� Dirceu."
Roberto Podval reiterou que todo o dinheiro recebido pelo ex-ministro por meio de sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria "tem nota fiscal".
"Toda a documenta��o relativa �s atividades da JD Assessoria foi entregue ao juiz S�rgio Moro. Se Jos� Dirceu contabilizou e declarou todo o dinheiro que recebeu n�o faz sentido ele receber R$ 4 milh�es e n�o declarar."
"Eu tenho certeza que o juiz S�rgio Moro, s�rio como �, n�o vai levar em considera��o uma reposta dessas sem prova alguma. Obviamente, o delator que prove o que diz. Acredito que para que seja levado em considera��o pelo juiz Moro ele (Julio Camargo) vai ter que provar. Se for assim, todos n�s estamos sujeitos a ser v�timas de uma afirma��o dessas."
"A dela��o pode ser importante, mas tem que estar amparada em prova", pondera Roberto Podval. "Sen�o cria uma inseguran�a jur�dica."