
As circunst�ncias do acidente a�reo que matou o prefeito de Central de Minas, Genil Mata da Cruz (PP), e um funcion�rio do pol�tico, identificado como Douglas, ser�o investigadas pela Pol�cia Civil. O monomotor, de uso privado experimental, segundo registro da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), caiu na cidadeTumiritinga, no Vale do Rio Doce. De acordo com a Pol�cia Militar, o aparelho se acidentou no fim da tarde e pegou fogo em seguida, quando sobrevoava uma fazenda de Genil, que foi invadida por grupos de sem-terra. Entre as vers�es para o epis�dio, h� a den�ncia de que a aeronave estivesse sendo usada para intimidar os ocupantes, e a suspeita de que o aparelho tenha sido abatido. � o oitavo acidente com aeronaves de pequeno porte este ano no estado, totalizando 17 mortes (veja quadro abaixo).
O advogado Siranides Eleot�rio Gomes, que representa a fam�lia de Genil, acredita que o cliente fazia fotos do terreno, que desde o dia 5 est� ocupado por um grupo de 150 fam�lias do Movimento dos Sem-Terra (MST). “�s 13h20 me comuniquei com o Genil, sobre detalhes da a��o de reintegra��o de posse que vamos impetrar na Justi�a em Belo Horizonte. Na semana passada, tinha sugerido a ele que fizesse imagens da �rea invadida, para anexar aos documentos, como forma de dimensionar o espa�o”, explicou o advogado.
J� ocupantes do terreno afirmam que por volta da 16h duas aeronaves de pequeno porte come�aram sobrevoar o local, e que os ocupantes jogavam sobre o acampamento sacos pl�sticos com l�quido que parecia combust�vel. “Foi mais de uma hora voando baixo. As identifica��es dos avi�es estavam cobertas com fita adesiva. Eles jogavam sacos com l�quidos com cheiro de gasolina. At� que o piloto de um deles perdeu o controle e caiu em uma mata distante 500 metros do acampamento. Imediatamente o outro avi�o foi embora”, contou Neurilane de Souza Alves, de 35, do acampamento do MST. Segundo ela, n�o houve explos�es em terra e ningu�m se feriu entre os acampados.
As lideran�as do movimento denunciam que na madrugada da sexta-feira homens em dois tratores jogaram coquet�is molotov e atiraram em dire��o ao acampamento. A pol�cia foi chamada e as pessoas que estavam nos ve�culos fugiram. Os tratores, que tinham chapas de a�o em sua estrutura, como forma de blindagem, foram apreendidos. O advogado Siranides disse desconhecer o fato, mas afirmou que, se os ve�culos agr�colas s�o da fam�lia do prefeito, n�o h� nenhuma ilegalidade em estarem nas terras deles.
“Genil tentou negociar a sa�da pac�fica com os invasores e houve resist�ncia. Ele ent�o me procurou e pediu que entrasse com uma a��o na Justi�a. N�o agiria por conta pr�pria, j� que conseguiria a reintegra��o de posse por decis�o judicial”, disse. Siranides esteve no local do acidente, acompanhado do pai de Genil. “Achei estranho que uma das asas do avi�o estivesse a cerca de 200 metros do local da queda. Espero que a pol�cia apure se o avi�o foi abatido de forma criminosa”, afirmou.
A asa a que se refere o advogado estava praticamente intacta, pr�ximo a uma linha f�rrea. Aparentemente n�o tinha perfura��es que sugerissem tiros. Na �rea do acampamento havia v�rios sacos pl�sticos estourados, que pareciam estar com l�quido semelhante a combust�vel. Por�m, n�o foi colocado fogo no local. Apenas um pequeno espa�o de mata estava queimado.
A For�a A�rea Brasileira (FAB) s� vai decidir hoje se investigar� o suposto uso da aeronave para um ataque, o que � crime pelas leis federais. A Pol�cia Civil iniciou nessa ter�a-feira (14)mesmo os levantamentos, e a per�cia ser� realizada hoje. (Com Washington Bonif�cio/TV Alterosa)