Bras�lia, 17 - A investiga��o sobre o senador Fernando Collor (PTB-AL) foi a que exigiu maior n�mero de buscas e apreens�es entre as realizadas na Opera��o Politeia, na qual Pol�cia Federal e Procuradoria-Geral da Rep�blica recolheram informa��es nas casas e escrit�rios de pol�ticos. As suspeitas sob Collor, que j� � investigado perante o Supremo Tribunal Federal (STF) no �mbito da Opera��o Lava Jato, foram refor�adas a partir das dela��es premiadas do "emiss�rio" do doleiro Alberto Youssef, Rafael �ngulo, e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Os investigadores partiram da suspeita de que o parlamentar tenha praticado oculta��o de patrim�nio usando "muitos laranjas".
Uma das principais suspeitas recai sobre os carros de luxo do senador, que est�o em nome de empresas e n�o do parlamentar. Dois dos carros luxuosos apreendidos, por exemplo, est�o no nome da empresa �gua Branca Participa��es. Com isso, investigadores apontam que Collor sequer pode solicitar a devolu��o dos ve�culos � Justi�a, pois s� os propriet�rios podem fazer a solicita��o, se comprovarem que t�m recursos para efetuar a compra.
Investigadores relatam ter bloqueado um quarto carro de luxo na resid�ncia do senador, da marca Cadillac, mas deixado o ve�culo � disposi��o do parlamentar para uso dele e da fam�lia enquanto correm as investiga��es.
Com tr�s senadores, um deputado, um ex-deputado e um ex-ministro envolvidos nas buscas, procuradores tentaram blindar as medidas de qualquer alega��o de nulidade. Os investigadores relatam ainda preocupa��o com os casos de "camuflagem" de endere�os, que foram checados mais de uma vez. Na v�spera da realiza��o da Opera��o, quatro endere�os precisaram ser corrigidos ou ampliados.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a ser acordado durante a madrugada para autorizar as altera��es. Por esse que motivo que mais de um ministro autorizou as buscas e apreens�es. As primeiras autoriza��es foram assinadas no dia 1 de julho, pelo ministro relator do caso, Teori Zavascki. As demais foram autorizadas pelos ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, que assumiram o plant�o da Corte no per�odo de recesso.
A rea��o de Collor e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que criticaram a opera��o, foi vista com normalidade. Dentro da PGR, investigadores dizem j� estarem cientes que, na Lava Jato, "calmaria n�o vai existir". Mesmo assim, consideram que a Politeia foi realizada sem grandes dificuldades.
A Opera��o, que envolveu 53 mandados de busca e apreens�o em seis Estados e no Distrito Federal, ocorreu durante toda a ter�a-feira, at� o final do dia. As a��es tiveram in�cio por volta das 6 da manh� e s� terminaram em torno de 21h. Para operacionalizar as buscas, procuradores viraram a noite.
A avalia��o de investigadores � de que as buscas no Recife, que envolveram o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), "deram muito trabalho e trouxeram pouco retorno". J� outros casos foram mais bem sucedidos, como as buscas ligadas ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), na qual h� entendimento de que as provas j� est�o "mais materializadas".