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Estado de Minas

Rompimento com governo e ataques de Cunha geram crise e pedido de seu afastamento

'Guerra' deflagrada por Eduardo Cunha � vista com cautela por parlamentares


postado em 18/07/2015 06:00 / atualizado em 18/07/2015 08:17

'Essa lama, em que está envolvida a corrupção da Petrobras, cujos tesoureiros do PT estão rpesos, essa lama eu não vou aceitar'(foto: Antonio Cruz/ Agencia Brasil)
'Essa lama, em que est� envolvida a corrup��o da Petrobras, cujos tesoureiros do PT est�o rpesos, essa lama eu n�o vou aceitar' (foto: Antonio Cruz/ Agencia Brasil)

Bras�lia – O gesto ousado e incisivo do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de anunciar o rompimento oficial com um governo do qual nunca foi aliado confi�vel e incondicional agitou o primeiro dia do recesso parlamentar. Se, por um lado, ele tem poderes para perturbar o Planalto, com a cria��o de CPIs e com a prerrogativa de acelerar pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff; por outro, n�o recebeu o aval da c�pula do pr�prio PMDB, pode perder o apoio de parte de sua base congressual e n�o tem a certeza de uma alian�a com a oposi��o ao Pal�cio do Planalto. Por ora, parte dos congressistas v� com cautela a guerra deflagrada por Cunha e teme que uma crise institucional agrave os problemas que o pa�s enfrenta.

Eduardo Cunha espumava ao anunciar, no fim da manh� de ontem, o rompimento com o governo. “Estou indignado. O governo nunca me engoliu, me tem como inimigo. E est� em conluio com o Minist�rio P�blico para me constranger. Vou defender, no congresso do PMDB de setembro, que o partido saia do governo. A partir de agora, sou oposi��o ao Planalto”, vociferou. O presidente da C�mara revoltou-se com o depoimento do delator J�lio Camargo, executivo da Toyo Setal e lobista. � Justi�a Federal do Paran�, Camargo disse que Cunha recebeu US$ 5 milh�es de propina relativas a um contrato para a compra de dois navios-sonda da Petrobras, em um neg�cio de R$ 1,2 bilh�o. “Essa lama, em que est� envolvida a corrup��o da Petrobras, cujos tesoureiros do PT est�o presos, essa lama eu n�o vou aceitar”, disse Cunha, acrescentando que existe um “bando de aloprados” no Pal�cio do Planalto.

A revolta de Cunha, que transbordou na quinta-feira, motivou uma reuni�o, � noite, com o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para queixar-se que estava sendo perseguido. Apesar da movimenta��o, o PMDB n�o comprou a tese do correligion�rio.

Tampouco os deputados endossaram a atitude do presidente da C�mara. “Cunha errou ao personalizar essa briga. Isso desgasta a C�mara e o pr�prio PMDB”, disse, � reportagem, Danilo Forte (PMDB-CE). Outro integrante da bancada, que preferiu n�o se identificar, duvida que haja um apoio maci�o a Cunha na C�mara. “O primeiro instituto de um deputado � o de sobreviv�ncia. Ningu�m morre pelo outro aqui, nem por gratid�o nem por ideologia.”

REA��O E IMPEACHMENT Ap�s a entrevista concedida pelo presidente da C�mara, o Pal�cio do Planalto emitiu nota, na qual afirma esperar que as decis�es do parlamentar sejam pautadas por “imparcialidade” e “impessoalidade”. J� o PMDB tratou de explicar que foi Cunha quem partiu para a oposi��o, e n�o a legenda. O governo diz esperar “que essa posi��o n�o se reflita nas decis�es e nas a��es da presid�ncia da C�mara, que devem ser pautadas pela imparcialidade e pela impessoalidade”.

Segundo Cunha, as mat�rias de interesse do Executivo “ser�o pautadas normalmente para garantir a governabilidade”. Mas, ainda ontem, ele autorizou a abertura de duas CPIs: uma para apurar os empr�stimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) e outra para investigar os desvios de recurso nos fundos de pens�o, pautas negativas para o governo. Al�m disso, desengavetou os 11 pedidos de impeachment protocolados contra a presidente na Mesa Diretora da C�mara. Um deles De autoria de Jair Bolsonaro (PP-RJ).

A nota do Planalto refor�a que os Poderes devem conviver com harmonia e que, no momento atual, “de desafios”, eles devem “agir com comedimento, razoabilidade e equil�brio na formula��o das leis e das pol�ticas p�blicas”. O texto exalta a import�ncia do PMDB, do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, e de ministros da legenda, destacando que Cunha tomou uma decis�o de “cunho estritamente pessoal”.

O discurso palaciano encontrou suporte no pr�prio PMDB, que, minutos depois da entrevista do presidente da C�mara, divulgou nota recha�ando que a posi��o de Cunha fosse a mesma da legenda. “A manifesta��o de hoje (ontem) do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha, � a express�o de uma posi��o pessoal, que se respeita pela tradi��o democr�tica do PMDB”, diz texto. “Entretanto, a presid�ncia do PMDB esclarece que toda e qualquer decis�o partid�ria s� pode ser tomada ap�s consulta �s inst�ncias decis�rias do partido: comiss�o executiva nacional, conselho pol�tico e diret�rio nacional.” Ainda ontem, a bancada da sigla na C�mara informou que vai pedir uma reuni�o para definir a posi��o da legenda na Casa t�o logo termine o recesso parlamentar, no fim do m�s.

� noite, os nove governadores do Nordeste divulgaram, em Teresina (PI), manifesto que rejeitam pedidos de impeachment contra � presidente.

‘DONO DO PA�S’ Tamb�m citado pelo peemedebista, o juiz S�rgio Moro rebateu as acusa��es de Cunha de ter levado “o STF para Curitiba” e de “pensar ser o dono do pa�s”. Segundo o presidente da C�mara, “juiz de primeiro grau n�o poderia ter conduzido depoimentos daquela maneira. Ele violou o procedimento de foro privilegiado, ao qual eu tenho acesso”. “A 13ªVara de Curitiba conduz a��es penais contra acusados sem foro privilegiado em investiga��es e processos desmembrados pelo Supremo Tribunal Federal. N�o cabe ao ju�zo silenciar testemunhas ou acusados na condu��o do processo”, afirmou Moro, em resposta.

Tuita�o e panela�o

No dia em que anunciou o rompimento com o governo de Dilma Rousseff, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de um tuita�o. � noite, Cunha fez um pronunciamento de cinco minutos em cadeia de r�dio e tev�, quando houve panela�os e apita�os isolados em pelo menos quatro capitais, incluindo Belo Horizonte. Na declara��o, fez um balan�o da gest�o � frente da Casa. Ap�s anunciar o rompimento com o Planalto, pela manh�, a hashtag #CunhaNaCadeia entrou no Trending Topics (assuntos mais comentados) mundial. No in�cio da noite, a express�o figurava no segundo lugar na lista. No Brasil, a hashtag ocupou o topo do ranking. A maioria dos coment�rios criticava a conduta de Cunha � frente da C�mara e relacionava o nome dele � Lava-Jato.


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