S�o Paulo, 18 - Parlamentares ligados ao governo ou que t�m se posicionado contra a atua��o de Eduardo Cunha na presid�ncia da C�mara defenderam ontem o afastamento do peemedebista da fun��o, em consequ�ncia da acusa��o de que teria pressionado o lobista Julio Camargo a lhe pagar US$ 5 milh�es em propina do esquema de corrup��o na Petrobr�s. A informa��o foi dada pelo pr�prio Camargo, um dos delatores da Opera��o Lava Jato.
O vice-l�der do governo na C�mara, S�lvio Costa (PSC-PE), aproveitou os jornalistas reunidos na Casa, logo ap�s uma entrevista coletiva de Cunha, pela manh�, para expor sua posi��o. "Pe�o o afastamento tempor�rio de Cunha pela tranquilidade do Parlamento", disse. O deputado afirmou que vai procurar juristas para saber se "cabe um impeachment" do peemedebista.
'Desapego'
Depois de explicar que falava por si, e n�o pelo governo, Costa disse que Cunha "perdeu as condi��es morais de ficar � frente da C�mara", mesmo tendo a seu favor a presun��o legal de inoc�ncia. Para o vice-l�der, se afastasse do cargo, o peemedebista mostraria que "n�o tem apego ao poder".
Costa afirmou que a C�mara destituiu Severino Cavalcanti (PP-PE) do cargo por "muito menos". Em 2005, Cavalcanti renunciou em meio a den�ncias de recebimento de um "mensalinho" pela concess�o de um restaurante da Casa.
Al�m do vice-l�der do governo, a bancada do PSOL defendeu a mesma medida. Em nota intitulada "Eduardo Cunha deve se afastar", o partido disse ser "inaceit�vel que se confundam den�ncias feitas contra Eduardo Cunha e Renan Calheiros (do PMDB alagoano e presidente do Senado) como um �ataque ao Congresso Nacional�".
"Cada parlamentar e seu partido t�m que responder pelas acusa��es que eventualmente sofram. Eduardo Cunha n�o tem direito de confundir suas posi��es e �dios com a fun��o que ocupa institucionalmente de presidente da C�mara dos Deputados", afirmou a nota do PSOL, cujos deputados est�o entre os que mais se op�em � pauta tocada pelo peemedebista em sua gest�o na Casa.
"A confus�o deliberada que Cunha produz, � guisa de defesa, evidencia sua incompatibilidade entre a fun��o de presidente da Casa, que exige equil�brio e postura de magistrado, e a condi��o de investigado na Opera��o Lava Jato."
Na nota, a bancada do PSOL disse que, "n�o havendo expectativas no gesto de grandeza que seria ele pr�prio licenciar-se temporariamente", os parlamentares do partido seguir�o fazendo essa cobran�a.