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Estado de Minas

MPF denuncia presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez

Procuradores acusam executivos das empreiteiras por corrup��o, organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro e pedem � Justi�a que eles paguem R$ 7,2 bi por danos � estatal


postado em 25/07/2015 06:00 / atualizado em 25/07/2015 09:07

O procurador Deltan Dallagnol ao anunciar a denúncia:
O procurador Deltan Dallagnol ao anunciar a den�ncia:"Vamos fazer o poss�vel para punir todos na medida de suas responsabilidades" (foto: Hugo Harada)

O Minist�rio P�blico denunciou ontem executivos das duas maiores empreiteiras do pa�s, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) e Andrade Gutierrez (AG), por corrup��o, organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro. Os procuradores da Opera��o Lava-Jato pediram � 13ª Vara Federal de Curitiba que os 22 r�us ainda sejam condenados a pagar R$ 7,252 bilh�es em ressarcimento de danos causados � Petrobras. Segundo eles, foram 223 atos de corrup��o e outros 242 de branqueamento de capitais. Tudo para, segundo a Pol�cia Federal e a Procuradoria, garantir contratos com a Petrobras. As propinas eram destinadas a pol�ticos, partidos e funcion�rios da estatal. Para custe�-las, as empreiteiras embutiam uma taxa de 1% a 3% nas propostas � Petrobras. As obras ainda eram acertadas por um cartel de construtoras.

A Odebrecht e a Andrade Gutierrez negam os crimes. Refor�ando a estrat�gia da defesa, a advogada da CNO, Dora Cavalcante, disse ontem � noite que “o dia da den�ncia n�o � o de tratar de verdades finais”. A maioria dos denunciados est� presa desde junho. A assessoria da Andrade disse que buscar� a liberdade dos funcion�rios e que lutar� para a Justi�a concluir pela “improced�ncia das acusa��es”.

De acordo com a den�ncia, um conjunto de obras da Odebrecht nas unidades da Petrobras em Pernambuco (Rnest), Paran� (Repar) e Itabora� (Comperj), no Rio de Janeiro, resultaram no pagamento de propinas para os ex-dirigentes da estatal Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco. Para comprovar, mostram transa��es feitas a partir de unidades da empreiteira nos EUA, passando por offshores nas Ilhas Virgens e chegando a contas banc�rias na Su��a. Para isso, usou contas das empresas offshores Golac, Smith & Nash, Sherkson e Havinsur.

A PF e o MPF entendem que a Odebrecht mentiu ao divulgar notas em que negava “ter feito qualquer pagamento ou dep�sito em suposta conta de qualquer executivo” da estatal. A defesa da Odebrecht n�o comentou os dep�sitos no exterior. A empresa j� disse que nunca fez dep�sitos na conta da Construtora Del Sur, por exemplo. Mas a for�a-tarefa obteve documentos que mostram que a Golac e a Smith, registradas em nome da CNO, repassaram US$ 47,1 milh�es em 20 transa��es � Del Sur. “N�o adianta martelarem uma mentira mil vezes. N�s vamos mostrar a verdade”, disse o procurador Carlos Fernando Lima, na entrevista coletiva em Curitiba, com membros da for�a-tarefa do MPF, da PF e da Receita Federal.

Para a Procuradoria, o cons�rcio liderado pela Odebrecht ainda pagou propina para o gerente da Petrobras Celso Araripe na constru��o da sede da estatal em Vit�ria (ES), por meio da empresa Sul Brasil. Ele n�o foi localizado. Outro ato de corrup��o teria sido o pagamento de US$ 5 milh�es por ano ao PP e a Paulo Roberto Costa para garantir que a Petrobras vendesse nafta — mat�ria-prima de um pl�stico — para a empresa Braskem, da Odebrecht, a pre�os abaixo do mercado. Esse neg�cio provocou R$ 6 bilh�es de preju�zos para a estatal. A Braskem disse em nota que t�cnicos da pr�pria Petrobras afirmaram que o pre�o de venda “n�o geraria preju�zo cont�bil” � petroleira.

A acusa��o contra o presidente da AG, Ot�vio Azevedo, e demais pessoas ligadas � empreiteira se baseia em obras como as do gasoduto Urucum Manaus. Segundo o MPF, a empresa pagou propina de R$ 1,5 milh�o ao ex-diretor Paulo Roberto Costa e ao PP, por meio do doleiro Alberto Youssef. Para o PMDB e Paulo Roberto, foram R$ 3,16 milh�es. Houve ainda um pagamento de suborno de R$ 5,29 milh�es e US$ 1 milh�o para o PT e o ex-diretor Renato Duque, inclusive por meio de uma empresa do lobista M�rio Goes. Os denunciados negam as acusa��es.

Mudan�a de cultura O coordenador de investiga��o da Receita Federal, G�rson D’Argord Shaan, e o delegado Eduardo Mauat, destacaram na entrevista que, al�m de condenar � pris�o e recuperar dinheiro desviado, o objetivo � for�ar uma mudan�a de cultura na sociedade para que novos esc�ndalos n�o ocorram. “N�o existem vil�es e mocinhos, mas part�cipes com suas responsabilidades”, avaliou Mauat. “N�o existem teorias da conspira��o”, afirmou o coordenador da for�a-tarefa, Deltan Dallagnol. “Vamos fazer o poss�vel para punir todos na medida de suas responsabilidades.”


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