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Estado de Minas

Odebrecht diz 'n�o ter motivos' para esclarecer anota��es em celular


postado em 27/07/2015 21:37

S�o Paulo, 27 - A defesa de Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho sob suspeita de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, abriu m�o de explicar � Justi�a Federal no Paran�, base da Opera��o Lava Jato, o sentido e o significado das anota��es encontradas pela Pol�cia Federal em seu celular. Em peti��o entregue nesta segunda-feira, 27, ao juiz federal S�rgio Moro os advogados da maior empreiteira do Pa�s destacaram. "A defesa n�o tem motivos para esclarecer palavras cujo pretenso sentido Vossa Excel�ncia j� arbitrou."

"In�til falar para quem parece s� fazer ouvidos de mercador", afirma a defesa da Odebrecht em peti��o de oito p�ginas entregue ao juiz que conduz todas as a��es penais da Lava Jato .

Intriga os investigadores uma sequ�ncia de registros no celular de Odebrecht que indicam suposta estrat�gia do empres�rio para eliminar provas da Lava Jato. S�o express�es abreviadas, muitas delas, nem sempre f�ceis de se entender. Verdadeiros enigmas, na avalia��o dos investigadores.

Entre os termos encontrados pela Pol�cia Federal destacam-se as express�es 'dissidentes PF', 'trabalhar para parar/anular'.

Os investigadores sup�em que os termos denotam a estrat�gia de Marcelo Odebrecht de prejudicar o andamento da opera��o.

"Em seu af� de incriminar Marcelo Odebrecht a todo custo (a PF) nem se deu ao trabalho de tentar esclarecer as anota��es com a �nica pessoa que poderia interpret�-las com propriedade - seu pr�prio autor", protestam os advogados do empreiteiro. "Ao reverso, tomou desejo por realidade e precipitou-se a cravar significados que gostaria que certos termos e siglas tivessem."

A peti��o da Odebrecht � subscrita pelos criminalistas Dora Cavalcanti Cordani, Augusto de Arruda Botelho e Rafael Tucherman. Eles miram o que chamam de 'blogs sensacionalistas' e alertam para a revela��o de 'segredos comerciais'.

"Houvesse tido a cautela que sua fun��o exige, e a Pol�cia Federal teria evitado a barbaridade que, conscientemente ou n�o, acabou por cometer: levou a p�blico segredos comerciais de alta sensibilidade em nada relacionados aos pretensos fatos sob apura��o, exp�s terceiros sem rela��o alguma com a investiga��o e devassou mensagens particulares trocadas entre familiares do peticion�rio, que logo ca�ram no gosto de blogs sensacionalistas."

Os criminalistas apontam para suposto exerc�cio de adIvinha��o da Pol�cia Federal. "Ao que parece, quem tem um 'plano em andamento' � uma parcela da pr�pria Pol�cia Federal: expiar seus aparentes pecados � custa de Marcelo Odebrecht, para tanto subvertendo o sentido de palavras e adivinhando o significado de siglas na forma que lhe conv�m."

Para os investigadores, as anota��es no celular do empreiteiro preso indicam que ele estaria planejando "confrontar" a Lava Jato e "ocultar provas buscando criar 'obst�culos' e 'cortinas de fuma�a', que contaria com 'policiais federais dissidentes', dupla postura perante a opini�o p�blica, apoio estrat�gico de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ataques �s apura��es internas da Petrobras".

Para o juiz Moro,"o trecho mais perturbador � a refer�ncia � utiliza��o de 'dissidentes PF' junto com o trecho 'trabalhar para parar/anular' a investiga��o".Para ele "sem embargo do direito da defesa de questionar juridicamente a investiga��o ou a persecu��o penal, a men��o a 'dissidentes PF' coloca uma sombra sobre o significado da anota��o".

Inicialmente, o juiz deu 48 horas para a defesa explicar as cita��es, mas decidiu prorrogar o prazo at� esta segunda,27, atendendo a uma solicita��o dos pr�prios advogados que argumentaram a necessidade de se entrevistarem primeiro com o empres�rio na Cust�dia da PF em Curitiba.

Os advogados criticaram a nova ordem de pris�o preventiva de Marcelo, decretada na sexta-feira, 24. A medida foi tomada pelo juiz S�rgio Moro com base em documentos encaminhados pela Su��a que, segundo a Procuradoria da Rep�blica, revelam a movimenta��o de valores em contas da Odebrecht no exterior que tiveram como destinat�rios ex-diretores da Petrobras, incluindo criminosos confessos como Paulo Roberto Costa e o ex-gerente Pedro Barusco - eles admitiram o recebimento de propinas.

"Lamentavelmente, a obstina��o investigativa e persecut�ria de autoridades que atuam na Lava Jato parece ter turvado sua compreens�o de que o pa�s n�o se resume a um caso criminal", afirmam os advogados da empreiteira. H� indiv�duos, fam�lias, empresas, finan�as, obras e empregos em jogo - no caso das empresas do grupo Odebrecht, s�o mais de 160.000! -, que deveriam impor um m�nimo de cuidado na an�lise e divulga��o de documentos e informa��es por parte dos agentes p�blicos, ao menos at� que bem esclarecidos seu conte�do e eventual pertin�ncia com as apura��es."

Para os criminalistas, "era mesmo de se imaginar que houvesse uma busca por algo que disfar�asse a colossal ilegalidade da cust�dia de Marcelo. Pol�cia e Minist�rio P�blico Federal engajaram-se na miss�o com afinco, e para tanto deixaram a razoabilidade de lado".

Os advogados dizem que o empreiteiro "deplora o rematado absurdo de se considerar anota��es pessoais a si mesmo dirigidas, meras manifesta��es unilaterais de seu pensamento, como atos efetivamente executados ou ordens de fato passadas".

"Ainda que o conte�do dos registros fosse aquele nascido das criativas mentes policiais, rematado absurdo, nada indica que eles de algum modo tiveram repercuss�o pr�tica, ou seja, que foram de fato implementados ou determinados a terceiros."

Para os advogados, "uma leitura minimamente neutra das anota��es selecionadas pelo agente policial que figurou como analista destacaria tamb�m as in�meras passagens que revelam a preocupa��o (de Odebrecht) em esclarecer sociedade e mercado, al�m de dar guarida a medidas de investiga��o independente e de apura��o interna".

"Esse o contexto, al�m de lamentar que o empenho em se lhe aplicar pena sem processo tenha chegado a esse ponto, o peticion�rio requer o imediato desentranhamento dos autos do inqu�rito policial de informa��es, notas ou conversas privadas que n�o possuam rela��o com o caso, de modo a evitar a indevida exposi��o de terceiros alheios � apura��o."


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