A Opera��o Radioatividade, que nesta ter�a-feira prendeu o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, e o executivo Fl�vio David Barra, presidente global da Andrade Gutierrez Energia, pode chegar a pol�ticos, segundo a Pol�cia Federal. O delegado da PF Igor Rom�rio de Paula, no entanto, ressalta que o foco central da investiga��o, agora, s�o outros contratos da estatal relativos a obras da Usina Nuclear de Angra 3, no Rio.
A suspeita de envolvimento de pol�ticos com o esquema em Angra 3 surgiu na dela��o premiada do executivo Dalton dos Santos Avancini, ex-presidente da Camargo Corr�a, empreiteira que teria feito parte do cartel que se apossou de contratos bilion�rios da Petrobras - alvo das quinze etapas da Lava Jato que antecederam a Radioatividade.
Avancini afirmou que, durante reuni�o na sede da UTC Engenharia, em S�o Paulo, ocorrida em agosto de 2014, "foi comentado que havia certos compromissos do pagamento de propinas para o PMDB no montante de 1% e a dirigentes da Eletronuclear".
As obras de Angra 3 foram reiniciadas em 2009 pelo governo Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Na �poca, o empreendimento estava or�ado em R$ 7 bilh�es. A previs�o atual � que o custo total vai bater em R$ 15 bilh�es. Dever� entrar em opera��o em 2018.
Em suas fases anteriores, a Lava Jato apontou pelo menos 52 pol�ticos, entre deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares que teriam sido benefici�rios de valores il�citos em contratos da Petrobras.
O delegado Igor Rom�rio de Paula explicou, em entrevista � Rede Globo, que, por enquanto, as aten��es da for�a-tarefa da Radioatividade est�o voltadas para os processos de concorr�ncia da Eletronuclear. "Essa fase (da Lava-Jato) tem foco em duas licita��es espec�ficas na constru��o de Angra 3", ressaltou. Segundo Igor Rom�rio de Paula, o presidente licenciado na Eletronuclear "teve participa��o ativa" em todo o procedimento que levou � contrata��o do Cons�rcio Angramon (Obras Montagem de Angra 3).
A PF sustenta que o almirante teve envolvimento direto inclusive na fixa��o de par�metros que permitiram direcionar os contratos �s empresas do mesmo cartel que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014.
As buscas desta ter�a-feira n�o atingiram duas empreiteiras do esquema em Angra3 porque seus executivos principais fizeram dela��o premiada - Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corr�a.
A PF destaca que Fl�vio Barra, da Andrade Gutierrez Energia, tamb�m teve "participa��o ativa na orquestra��o de todo o cartel, de quem ficaria com cada uma das obras".
"Era ele quem controlava, n�o s� fazia o contato com os agentes da estatal, como era o respons�vel pelo pagamento das propinas", declarou o delegado federal.
Igor Rom�rio de Paula disse,ainda que a investiga��o tamb�m pode avan�ar em contratos da Usina Hidrel�trica de Belo Monte, no Par�. "� poss�vel, principalmente porque as empresas est�o se repetindo e a forma de contratar � sempre a mesma. Naturalmente, a investiga��o em seu tempo vai chegar at� l�."