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Estado de Minas

Mais um empreiteiro � r�u na Lava-Jato

Um dia ap�s dono da Odebrecht virar alvo em a��o penal, juiz S�rgio Moro aceita den�ncia contra presidente da Andrade Gutierrez. Minist�rio P�blico apresenta novas acusa��es contra Renato Duque


postado em 30/07/2015 06:00 / atualizado em 30/07/2015 07:41

Otávio de Azevedo no momento da sua transferência da custódia da PF, em Curitiba, para presídio estadual(foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo - 25/7/15)
Ot�vio de Azevedo no momento da sua transfer�ncia da cust�dia da PF, em Curitiba, para pres�dio estadual (foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo - 25/7/15)

Bras�lia –  O presidente da construtora Andrade Gutierrez, Ot�vio Marques de Azevedo, virou r�u em a��o penal no �mbito da Opera��o Lava-Jato. Outras 12 pessoas, envolvendo operadores do esquema, lobistas e executivos da empresa, v�o responder ao mesmo processo. A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) atribui ao empreiteiro e aos outros acusados os crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. A den�ncia do Minist�rio P�blico Federal (MPF) foi aceita na tarde de ontem pelo juiz S�rgio Moro, � frente dos processos relativos ao esquema de corrup��o na Petrobras.

Al�m do empreiteiro, viraram r�us o doleiro Alberto Youssef, os ex-diretores da petroleira Paulo Roberto Costa, de Abastecimento, e Renato Duque, de Engenharia e Servi�os, e ainda Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB. A legenda nega as acusa��es.

Na den�ncia, os procuradores da Rep�blica alegam que a Andrade Gutierrez participava de um cartel para “obter pre�os favor�veis e, com isso, lucros extraordin�rios”. Parte do lucro excedente era utilizado para pagar suborno a agentes p�blicos e partidos pol�ticos. No despacho proferido ontem, Moro diz que, conforme a den�ncia, o presidente da empreiteira estaria envolvido diretamente na pr�tica dos crimes, orientando a atua��o dos demais, inclusive nas tratativas com Fernando Soares, o Fernando Baiano, para repasse de propinas � Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Na ter�a-feira, o dono da Odebrecht, o empres�rio Marcelo Bahia Odebrecht, tamb�m virou r�u, com outras 12 pessoas, numa das a��es penais da Lava-Jato. A den�ncia do MPF, que pede condena��o do grupo por corrup��o, lavagem de dinheiro e pertencimento � organiza��o criminosa, havia sido encaminhada � Justi�a Federal na sexta-feira passada.

RASTRO DA PROPINA A for�a-tarefa da Lava-Jato no Paran� ofereceu ontem a 18ª den�ncia relacionada � Petrobras. O alvo � novamente Renato Duque. Na acusa��o de ontem, a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) diz que o ex-dirigente beneficiou a Saipem S.A., empresa italiana que instalou tubula��es entre po�os de petr�leo. O grupo de nove procuradores narrou ao magistrado que Duque recebeu cerca de R$ 1 milh�o de propina nas contas da empresa Hayley. “Em 27/05/2011, a Saipem S.A. foi convidada pela Petrobras para participar do certame envolvendo a instala��o do gasoduto submarino de interliga��o dos campos de Lula e Cernambi”, narram eles.

Outras firmas foram convidadas, mas s� duas e um cons�rcio apresentaram documenta��o inicial. A �nica proposta v�lida foi da Saipem: R$ 286 milh�es, valor superior � estimativa da estatal. Ap�s reuni�es de Duque com o consultor Jo�o Bernardi, tamb�m acusado, o neg�cio deslanchou. “Em vez de a Petrobras refazer a licita��o, optou-se somente pela flexibiliza��o de algumas condi��es de contrata��o”, diz a acusa��o. Ainda assim a nova estimativa de custos n�o poderia aceitar a proposta da empresa. A solu��o foi elevar novamente a estimativa da estatal para “encaixar” o pre�o da Saipem. Novas negocia��es determinaram a contrata��o em R$ 248 milh�es. A empresa Hayley, ligada a Bernardi, recebeu pagamentos no exterior. Tudo era para Duque, segundo a procuradoria.

O ex-diretor ainda � acusado de opera��es de lavagem de dinheiro por meio de opera��es no mercado de capitais e da aquisi��o de obras de arte. “A lavagem de dinheiro por interm�dio de aquisi��o de obras de arte � uma forma inovadora de ocultar o real propriet�rio dos valores provenientes de crimes”, afirmou o procurador Diogo Castor de Mattos, integrante da Lava-Jato.

O advogado de Duque, Alexandre Lopes, afirmou � reportagem que n�o existem provas robustas para sustentar qualquer acusa��o contra seu cliente. “A den�ncia � absolutamente improcedente”, disse. “A acusa��o tem como base dela��es que n�o se comprovam. N�o h� m�nimo suporte probat�rio que permita a deflagra��o da a��o penal”, continuou. Apesar disso, ele acredita que o juiz S�rgio Moro v� seguir com a a��o criminal. “Justa causa n�o importa ao Moro”, ironizou. A Saipem disse em nota que, assim que for notificada, se oferecer� para colaborar com as investiga��es. Bernardi n�o foi localizado.

DELA��ES FECHADAS Cinco novos investigados fecharam dela��o premiada na Lava-Jato, informa relat�rio do Minist�rio P�blico. Agora, s�o 22 delatores no Paran� e um no Rio de Janeiro. Uma das �ltimas confiss�es veio do lobista M�rio G�es, acusado de pagar propinas de estaleiros e empreiteiras. Ele disse que prestou servi�os de consultoria no valor de R$ 1,5 milh�o, mas que o restante era propina para o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.

Apesar de ser cr�tico das colabora��es premiadas da Lava-Jato, o advogado de Duque, Alexandre Lopes, afirma que seu cliente n�o descarta fazer uma dela��o premiada. “Disse que em tese n�o � imposs�vel”, afirmou. “A cadeia pesa. � um massacre psicol�gico. Abala o ju�zo.” Por�m, se isso acontecer, Lopes deixar� de atender Duque.

Presidente do TCU na mira

Integrantes da CPI da Petrobras j� se mobilizam nos bastidores para convocar o presidente do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), Aroldo Cedraz. Ap�s novas revela��es a partir da dela��o premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, o requerimento, apresentado em maio, deve ser votado no in�cio de agosto. O filho de Aroldo, o advogado Tiago Cedraz, foi mencionado por Pessoa a partir da atua��o do cartel na constru��o da usina de Angra 3. O empreiteiro contou que fazia repasses de R$ 50 mil por m�s ao advogado para obter informa��es privilegiadas e vantagens no TCU.  A licita��o do empreendimento foi suspensa temporariamente pelo relator do caso, ministro Raimundo Carreiro. No julgamento do m�rito, no entanto, ele liberou a continuidade da obra. Ontem, Carreiro decidiu retirar da pauta o processo que trata da constru��o de Angra 3. Tanto ele quanto Tiago negam as acusa��es.

 


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