
Othon � o criador do reator para um submarino nuclear, um empreendimento de 4,3 bilh�es de euros (R$ 15,9 bilh�es). O neg�cio � cercado de pol�mica. O Brasil precisava de um casco para construir a embarca��o. Os franceses convenceram o governo do ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva que tinham a melhor solu��o, depois que uma delega��o de deputados se reuniu com Michelle Alliot Marie, ministro da Defesa do governo Nicolas Sarkozy. Na sa�da do encontro, reservadamente, ele pediu uma deputada do PCdoB informasse a Lula que Sarkozy estava disposto a fornecer a tecnologia para construir do submarino nuclear brasileiro num pacote de coopera��o militar que envolvia tamb�m os ca�as Rafale.
Em dezembro de 2008, o governo Lula fechou com os franceses a fabrica��o de quatro submarinos convencionais, criticados por especialistas, e um nuclear. Na Comiss�o de Rela��es Exteriores, em 2009, os deputados acusavam a Odebrecht — hoje investigada na Lava-Jato e com um executivo citado na opera��o de ontem — de estar por tr�s da escolha brasileira. Fontes militares ouvidas pelo jornal disseram que esse acerto pr�vio existia, embora isso seja negado pelo Brasil e n�o seja comentado pela empreiteira.
Fato � que o estaleiro estatal franc�s DCNS contratou a Odebrecht. Motivo? “A sele��o da Odebrecht como parceira na empreitada foi de livre escolha da DCNS”, afirmou a assessoria da Marinha. A Odebrecht nada esclareceu e alegou sigilo em um tema “estrat�gico”. “Compete apenas � Marinha do Brasil a decis�o de fornecer informa��es sobre o Programa, que envolve temas de seguran�a nacional.”
Os submarinos comuns est�o em constru��o, mas s� devem ser entregues entre 2018 e 2022, segundo a Marinha. O nuclear s� come�a a ser fabricado daqui a dois anos, devendo ser entregue em 2025. Pelo segundo dia consecutivo, o advogado de Othon, H�lton Pinto, n�o atendeu aos telefonemas do jornal e n�o retornou aos recados.