A defesa do doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Opera��o Lava-Jato, disse � reportagem que estuda entrar com um pedido de trancamento da CPI da Petrobras no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com os advogados, a CPI da C�mara dos Deputados tem sido utilizada "com interesses escusos para intimidar as pessoas". Como exemplo, Ant�nio Bretas, um dos advogados de defesa do doleiro, citou a quebra de sigilo fiscal das filhas de Youssef e a convoca��o da advogada Beatriz Catta Preta para depor na CPI.
Entre os argumentos apresentados pela defesa est� o estado de sa�de de Youssef, que j� foi internado por diversas vezes desde que foi detido na Opera��o Lava Jato, no in�cio de 2014. Os advogados argumentam ainda que os pr�prios integrantes da CPI j� se dispuseram outras vezes a ir at� Curitiba, onde Youssef est� preso, para a coleta de depoimentos.
Na vis�o de Bretas, a convoca��o de Youssef tem o objeto de expor o delator, segundo ele, "de forma desnecess�ria". O advogado diz ainda que, se Moro n�o cancelar a ida de Youssef, o doleiro n�o vai se pronunciar. "O Alberto Youssef n�o est� querendo deixar de colaborar, n�o � isso. Mas n�o vai servir de objeto de manobra para ser achincalhado l� publicamente. A gente est� vendo que est� se desenhando esse cen�rio de potencial achincalhamento p�blico dele l�", criticou.
Sobre o pedido de trancamento da CPI, o advogado explica que essa � uma possibilidade estudada pela defesa do doleiro. "N�s estamos amadurecendo a hip�tese para ajuizamento de uma medida para trancar a CPI. N�o � nada ainda certo", explicou.
Legitimidade
Entre as cr�ticas feitas � CPI, o advogado diz que a Comiss�o est� perdendo a legitimidade como instrumento investigat�rio. "A CPI tem que investigar um fato determinado e n�o uma pessoa ou um �mbito gen�rico. O nosso argumento � que a CPI teve um desvio de finalidade, de perda de objeto. O que ela est� investigando hoje? Ningu�m sabe mais", declarou.