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Estado de Minas

Dirceu divide cela com dois contrabandistas


postado em 04/08/2015 20:49

Curitiba, 04 - O ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu (Governo Lula) vai dividir espa�o em uma cela com dois contrabandistas, na Cust�dia da Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba, base da Opera��o Lava Jato. Ele foi preso na Opera��o Pixuleco, 17� cap�tulo da Lava Jato, na segunda-feira, 4.

Jos� Dirceu � investigado por corrup��o e lavagem de dinheiro por meio de sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, j� desativada. Condenado no mensal�o, ele cumpria pris�o domiciliar em Bras�lia. Sua transfer�ncia para a PF, no Paran�, foi autorizada pelo ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Ele (Dirceu) est� (em uma cela) com dois presos por contrabando, nada com a Lava Jato", declarou o delegado Igor Rom�rio de Pula, que integra a for�a-tarefa da Lava Jato. "O irm�o (de Dirceu, advogado Luiz Eduardo de Oliveira) e os outros est�o em outra ala da Cust�dia. Ele (Dirceu) est� numa ala com alguns dos outros investigados, mas em celas diferentes."

O delegado Igor explicou que 'a separa��o (dos presos da Pixuleco) � para evitar articula��o de respostas'. "Como dois (dos presos pela Pixuleco) j� foram ouvidos, a preocupa��o � menor. Quanto aos outros seis o ideal � que n�o fiquem juntos."

O delegado informou que Dirceu est� na mesma ala em que est�o o doleiro Alberto Youssef e os ex-diretores da Petrobras (Internacional) Nestor Cerver� e Jorge Luiz Zelada, "mas em celas diferentes".

Cerca de 50 pessoas aguardavam a chegada do ex-ministro em frente � sede da Pol�cia Federal. Quando ele chegou manifestantes explodiram fogos de artif�cio, exibindo bandeiras do Brasil e faixas de protesto. "O sonho acabou", dizia uma delas.

A defesa de Jos� Dirceu classifica como desnecess�ria e sem fundamento jur�dico a pris�o preventiva do ex-ministro, decretada pela Justi�a Federal do Paran� nesta segunda-feira, e afirma que ir� recorrer da decis�o nos pr�ximos dias.

Segundo o advogado Roberto Podval, o ex-ministro cumpre pris�o domiciliar e j� havia se colocado � disposi��o da Justi�a por diversas vezes para prestar depoimento e esclarecer o trabalho de consultoria prestado �s construtoras sob investiga��o.

"Como j� hav�amos argumentado no habeas corpus preventivo, Jos� Dirceu n�o se enquadra em nenhuma das tr�s condi��es jur�dicas necess�rias para a decreta��o de uma pris�o preventiva: ele n�o apresenta risco de fuga, n�o tem como obstruir o trabalho da Justi�a nem tampouco � capaz de manter qualquer suposta atividade criminosa", afirma. "Mesmo sem entrar no m�rito apresentado pelo Minist�rio P�blico para justificar a pris�o, o argumento da Procuradoria de que Dirceu teria cometido crime desde a �poca em que era ministro da Casa Civil at� o per�odo de sua pris�o pela A��o Penal 470 tamb�m n�o tem fundamento porque, hoje, as atividades da JD Assessoria e Consultoria foram encerradas no ano passado e o meu cliente n�o tem qualquer contato ou recebeu qualquer recurso do delator Milton Pascowitch."

Roberto Podval alerta para o c�lculo equivocado apresentado pela Pol�cia Federal sobre os supostos recebimentos il�citos por meio da JDA. Na coletiva pela manh�, o delegado M�rcio Anselmo afirmou que o montante chegaria a R$ 39 milh�es. "Esse � o total faturado pela empresa em 8 anos de atividade, quando atendeu a cerca de 60 clientes de quase 20 setores diferentes da economia", diz Podval. "N�o h� qualquer razoabilidade imaginar que os pagamentos de multinacionais de diversos setores da ind�stria teriam rela��o com o suposto esquema criminoso na Petrobras."

Desde 2006, a JDA foi contratada por empresas como a Ambev, Hypermarcas, Grupo ABC, Telefonica, EMS, al�m dos empres�rios Carlos Slim e Gustavo Cisneros. Todos, quando procurados pela imprensa, confirmaram a contrata��o do ex-ministro para orienta��o de neg�cios no exterior ou consultoria pol�tica.

"Querem apontar a JDA como uma empresa de fachada, o que � muito inconsistente", completa Roberto Podval. "O ex-ministro sempre teve profundo reconhecimento internacional e desenvolveu importantes la�os de relacionamento com destacadas figuras p�blicas ao longo de toda sua trajet�ria e milit�ncia pol�tica. Esse era o ativo e o valor de Jos� Dirceu como consultor, sem que nunca fosse exigido dele, por parte dos clientes, o envio de relat�rios ou qualquer outro tipo de comprova��o dos servi�os prestados."

A defesa do ex-ministro reitera que o trabalho de consultoria nunca teve qualquer rela��o com contratos da Petrobras e que Dirceu sempre trabalhou para ajudar as construtoras na abertura de novos neg�cios no exterior, em especial em pa�ses como Peru, Cuba, Venezuela e Portugal.


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