
Em pelo menos 12 capitais e Distrito Federal, moradores foram �s janelas bater panelas durante o programa de TV do Partido dos Trabalhadores. Aos gritos de “fora PT”, “fora Dilma”, “acorda Brasil”, vuvuzelas e buzinas foram tamb�m ouvidas durante os 10 minutos em que transcorreu a propaganda pol�tica. Al�m de Belo Horizonte, o protesto foi registrado em S�o Paulo, Rio de Janeiro, Vit�ria, Bras�lia, Curitiba, Florian�polis, Porto Alegre, Palmas, Salvador, Fortaleza, Bahia e Recife.
Na capital S�o Paulo, ocorreram manifesta��es nos bairros Pinheiros, Jardins, Higien�polis, Vila Mariana, Morumbi, Perdizes, Pompeia, Barra Funda, Santana, Centro e regi�o da Avenida Paulista. Tamb�m no interior do estado, houve manifesta��es em Ribeir�o Preto, S�o Jos� do Rio Preto, Santos e Campinas. As cr�ticas ao PT e ao governo federal foram mais intensas no Rio de Janeiro por toda a Zona Sul, nos bairros Flamengo, Botafogo, Leblon, Copacabana, Laranjeiras e Jardim Bot�nico. Em v�rios pontos da cidade motoristas acionaram as buzinas na hora do programa. Em Niter�i tamb�m houve manifesta��es no Bairro Icara�.
Em v�rios bairros da Zona Sul de Curitiba – Batel, Cabral, �gua Verde, Vila Izabel, Bigorrilho, Centro, Bacacheri – os protestos seguiram enquanto Dilma declarava no programa que sabe suportar o que chamou de “press�es e injusti�as”. Tamb�m em Florian�polis manifestantes gritaram e bateram panelas.
Na Bahia, diversos bairros de Salvador entraram no clima, mesmo antes de ter iniciado o programa. Ao mesmo tempo, em v�rias casas as luzes foram ligadas em pisca-pisca durante toda a propaganda. Os protestos foram mais intensos nos bairros da orla. Enquanto em Natal as manifesta��es aconteceram em Lagoa Nova e na Zona Sul; em Fortaleza o panela�o tomou conta dos bairros de Aldeota, Coc�, Meireles, Guararapes, Cidade dos Funcion�rios e Varjota.
Em Bras�lia, o panela�o foi ouvido por toda a cidade, principalmente nas quadras do Sudoeste, Cruzeiro, �guas Claras e Guar�. Na Quadra 100 do Sudoeste, pouco antes do hor�rio pol�tico come�ar, a movimenta��o era tranquila. Assim que a presidente tomou as telas, dezenas de pessoas aderiram ao panela�o. Outras optaram pelo acender e apagar de luzes de casa. Tamb�m foi poss�vel ver moradores com as luzes do apartamento apagadas, mas ligando e desligando lanternas. Gritos de “fora Dilma” e “bando de ladr�o” acompanharam o protesto. Motoristas que passavam pela quadra apoiavam a manifesta��o com o barulho das buzinas.
"NOVA UTILIDADE �S PANELAS" O PT j� esperava o panela�o que foi ouvido nessa quinta-feira (6) em cidades de todo o pa�s durante a exibi��o de seu programa na TV, tanto que a maneira que achou para se defender dos protestos foi usar de ironia. “Nos �ltimos tempos come�aram a dar uma nova utilidade �s panelas, a gente n�o tem nada contra isso. Mas s� queremos lembrar que fomos o partido que mais encheu a panela dos brasileiros. Se tem algu�m que se encheu de n�s, estamos dispostos a ouvir, corrigir melhorar. Mas com as panelas, vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: ench�-las de comida e de esperan�a. Esse � o panela�o que gostamos de fazer pelo Brasil”, diz o texto narrado no programa pelo ator Jos� Abreu, petista de carteirinha.
A pe�a publicit�ria abandonou tamb�m algumas marcas de outros tempos. O vermelho, cor do partido, deu lugar �s cores, azul, verde e amarelo, oficiais da bandeira nacional, assim como a presidente, que apareceu com um discreto blazer branco. A petista foi citada apenas uma vez, j� quase na metade do filme de 10 minutos. A fala de Dilma tamb�m ficou para os segundos finais.
Os constantes golpes que o PT vem sofrendo com o envolvimento de membros importantes com a corrup��o, alvo da Opera��o Lava-Jato, a dificuldade de di�logo com o Congresso e o encolhimento da base de apoio do governo petista, foram temas escanteados. Assim o programa falou pouco de pol�tica e muito sobre economia, citando n�meros hist�ricos de investimento do governo, mas evitando falar nas estat�sticas atuais.
Teve ainda espa�o para um mea-culpa: “Hoje, alguns n�meros do Brasil n�o s�o dos melhores, mas h� algum tempo, esse mesmo Brasil e esse mesmo governo produziu bons n�meros”, disse uma apresentadora. Ou seja, a linha principal da pe�a foi o pedido de mais um voto de confian�a no governo, que promete reverter a crise econ�mica.
OPOSI��O O ataque � oposi��o, no entanto, n�o foi esquecido e ficou por conta do presidente nacional do Partido, Ruy Falc�o, e do ex-presidente da Rep�blica, Luiz In�cio Lula da Silva. O texto n�o fez refer�ncias diretas aos cr�ticos, mas apelos diretos aos eleitores: “N�o se deixem enganar pelos que s� pensam em si mesmos”, diz um trecho. Falc�o acusou os opositores de estarem usando a crise econ�mica para gerar crise pol�tica. “Aos que n�o se conformam com a derrota nas urnas s� pedimos uma coisa: ju�zo”