Belo Horizonte, 07 - O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, n�o quis falar sobre as acusa��es e xingamentos que recebeu do senador Fernando Collor (PTB-AL), nesta semana. "N�o vou polemizar com pessoas que estou investigando. O que eu posso dizer � que h� algum tempo que n�o advogo, mas continuo inscrito na OAB. E tamb�m n�o vou comentar nem sobre esse fato e nem contra a honra da minha m�e", falou.
Ele tamb�m defendeu a dela��o premiada nas investiga��es de corrup��o. "N�o gosto da carga do nome delator, ent�o prefiro chamar de colaborador. Ele n�o � um caguete, um X9, que fala mal do outro e sai bem na hist�ria. Ele tamb�m � condenado. A colabora��o premiada n�o serve de prova, mas te d� todas as circunst�ncias para o caminho da prova", declarou.
Segundo ele, a colabora��o premiada n�o � totalit�ria e n�o pode ser banalizada. "Vamos insistir nesse instrumento que � poderoso, republicano, democr�tico, espont�neo e deu certo em pa�ses como Inglaterra, Fran�a, Estados Unidos, Portugal. Com ele, diminu�mos as tentativas e os erros", ressaltou. O procurador disse que hoje o acordo para quem faz colabora��o premiada � pena, em termos de regime de cumprimento. "Antes faz�amos acordo de redu��o de pena", explicou.
Janot tamb�m se declarou contra a redu��o da maioridade penal. "Acho contrassenso. Estamos na contram�o da hist�ria, porque n�o ser� feito nada em seguran�a p�blica, devido � solu��o que vai estar dada", disse.
Sobre a Opera��o Lava Jato, o procurador apenas comentou que at� o momento h� R$ 6 bilh�es repatriados e/ou bloqueados em institui��es financeiras. "Na Opera��o Lava Jato, a Petrobras n�o � autora de crime. Ela � v�tima da a��o dessas pessoas", ressaltou.
Ele ainda comentou que a atividade do Minist�rio P�blico n�o tem nada a ver com pol�tica, nem partido, "nem panela�o". "Fazemos investiga��o t�cnica. N�o fazemos investiga��o escolhendo acusados. As institui��es brasileiras est�o maduras e agem e reagem de forma profissional. Elas est�o fortalecidas e a� fortalece tamb�m a Rep�blica", falou, descartando a tese de que haja golpe com as investiga��es das opera��es contra a corrup��o.
Janot se mostrou otimista com o Brasil. "Olha o tanto que a gente evoluiu. N�o d�, por uma circunst�ncia de momento, achar que � o fim do mundo. S�o nesses momentos que a sociedade tem que se reafirmar. E a prova est� nas outras graves crises que a gente superou. Eu n�o saio daqui (do Brasil) por dinheiro nenhum", falou.
Entretanto, ele criticou o sistema prisional brasileiro. "Confesso que � minha frustra��o como meta na Procuradoria. � vergonhosa a situa��o do sistema prisional. Temos algumas pris�es que n�o fazem inveja a uma enxovia medieval", disse.
Janot fez as declara��es na aula magna de nesta sexta-feira, 07, � noite, para cerca de 400 pessoas que marcou o in�cio do segundo semestre da Escola Superior Dom Helder C�mara. O procurador chegou ontem � noite a Belo Horizonte e, segundo sua assessoria de imprensa, veio � capital especialmente para o evento - que estava marcado "h� tempos" - e n�o recebeu gratifica��o por sua presen�a.
Evitou falar com a imprensa no evento. Embora sua assessoria de imprensa n�o confirme, fontes dizem que ele ficar� o final de semana na capital mineira retornando a Bras�lia ou domingo � noite ou segunda-feira de manh�. Belorizontino, tem sua fam�lia moradora na capital.