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Estado de Minas

Dilma e PT colecionam dissabores na primeira semana de agosto

M�s promete ser um dos mais dif�ceis para o seu governo, com panela�o, protestos na rua e articula��es tensas para evitar mais derrotas no Congresso


postado em 09/08/2015 06:00 / atualizado em 09/08/2015 08:33

(foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/DF)
(foto: Dida Sampaio/Estad�o Conte�do/DF)

Que agosto tem fama de ser o m�s do desgosto � fato, mas certamente a presidente Dilma Rousseff e o PT n�o esperavam experimentar o que h� de mais amargo j� nos seus primeiros sete dias. Na �rea econ�mica, no Congresso, na Justi�a, nas pesquisas de opini�o, nas ruas e at� na rela��o com aliados, o governo e o seu partido sofreram duras pancadas. Especialmente no Legislativo, a semana, com a retomada dos trabalhos depois do recesso, foi realmente explosiva, como previu o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – um dos respons�veis por jogar ainda mais combust�vel na crise. Para aumentar o desgosto dos petistas, agosto est� s� come�ando.


A sequ�ncia de golpes sofridos por Dilma e o PT come�ou logo na segunda-feira pela manh�, com a pris�o do ex-homem forte do PT. Jos� Dirceu, ministro da Casa Civil no in�cio do governo Lula, voltou para a cadeia como principal alvo da 17ª etapa da Opera��o Lava-Jato. Ele foi levado da sua casa por agentes da Pol�cia Federal e desde ter�a-feira est� cumprindo a pris�o preventiva na carceragem da PF em Curitiba, por determina��o do juiz S�rgio Moro.

Mas a pris�o de Dirceu foi apenas o in�cio de um calv�rio, que passou tamb�m por importantes derrotas no Congresso, que n�o se comoveu com os apelos para que fossem rejeitadas propostas que provocam aumento de gastos para os combalidos cofres da Uni�o. N�o deu nem para respirar. Na ter�a-feira, primeiro dia da retomada dos trabalhos no Legislativo, Dilma sofreu a primeira derrota da semana no plen�rio ao ser rejeitado o seu pedido de adiamento na vota��o de uma proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que vincularia os sal�rios de v�rias categorias de servidores ao que recebem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Um pren�ncio do que ainda estava por vir. No dia seguinte, a PEC n�o s� foi aceita (veja quadro), mas imp�s uma humilhante derrota ao Planalto. A PEC passou com 445 votos a favor, 16 contr�rios e seis absten��es.

Inferno N�o bastasse isso, na economia, ainda na quarta-feira, a estimativa da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) apontou para um crescimento do desemprego em julho, com taxa de 7%. O sal�rio m�dio de admiss�o caiu tamb�m 2% em junho, pior resultado nos �ltimos 11 anos. Na combalida rela��o com aliados, outro rev�s: o PDT e o PTB admitiram oficialmente que deixaram a base de sustenta��o do governo. N�o ser�o oposi��o, e sim independentes.

Mas nada disso chegou perto dos desgostos da quinta-feira, �pice do inferno astral de Dilma e seus apoiadores. J� pela manh�, pesquisa do Instituto Datafolha mostrava que a petista entrava para a  hist�ria com um recorde que nenhum pol�tico gostaria de alcan�ar: o de maior reprova��o entre os presidentes eleitos ap�s a redemocratiza��o. Pelos n�meros do instituto, Dilma superou o ex-presidente Fernando Collor de Melo, hoje senador. Nada menos que 71% consideram o governo da presidente “ruim” ou “p�ssimo”, contra 68% de Collor em setembro de 1992, pouco antes do impeachment.

A partir da constata��o do desprest�gio da presidente, foi s� dor de cabe�a. Mais enfraquecidos, PT e governo ainda assistiram imobilizados � instala��o de mais tr�s comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) sob a batuta de Eduardo Cunha – que ainda destila veneno contra o governo depois da abertura de inqu�rito pela Procuradoria-Geral da Rep�blica para apurar o recebimento de propina por ele de R$ 3,5 milh�es da Petrobras. Oposi��o e aliados fecharam acordo e deixaram o PT fora do comando das tr�s CPIs. E uma delas tem potencial explosivo como a da petrol�fera, a do BNDES, que ter� seus empr�stimos vasculhados nos �ltimos sete anos.

Panela�o Para fechar o dia, n�o faltou nem mesmo o lamento das ruas. Com programa partid�rio do PT exibido em rede nacional, foi reeditado o panela�o. A pe�a tinha 10 minutos e, antes mesmo de ir ao ar, o barulho de latas, buzinas e cornetas tomou conta das ruas. Uma resposta ao partido, que ironizou no programa o uso das panelas para protestos. Para o PT, panela � para ser colocada “comida” e “esperan�a”. O apelo dos petistas � popula��o, para dar mais um cr�dito ao governo, teve efeito contr�rio ao desejado.

Na sexta-feira, sem o trabalho no Congresso, a not�cia ruim ficou por conta da economia. De acordo com o IBGE, a infla��o oficial acumula alta de 9,56% em 12 meses, a maior desde 2003. O �ndice est� bem acima do teto da meta de infla��o do Banco Central, que � de 6,5%. Em julho, tamb�m os alimentos tiveram os pre�os reajustados em 0,65%. Na pol�tica, “boatos” tomaram conta do pa�s. O principal deles, de que o vice-presidente Michel Temer iria deixar a articula��o pol�tica do governo. Temer desmentiu, mas foi um estresse para o Planalto e contribuiu para deixar o clima em Bras�lia ainda mais tenso.

O que deixa os governistas de cabelo em p� � que essa foi apenas a primeira semana de agosto. J� nos pr�ximos dias, o governo Dilma vai enfrentar mais desafios e problemas. Para se ter ideia, no Congresso, poder� ser votada mais uma chamada pauta-bomba para as contas do governo: o projeto de lei que concede uma corre��o maior dos recursos do  FGTS. Al�m disso, no pr�ximo domingo, deve ser realizado mais um dia de protesto contra a presidente Dilma em diversas capitais do pa�s. E at� o fim do m�s o aguardado julgamento pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) das chamadas pedaladas fiscais.

SEGUNDA-FEIRAS - 3/8

Pris�o do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu
� desencadeada a 17ª etapa da Opera��o Lava-Jato, que tem o petista como principal alvo. Ele � preso preventivamente acusado de receber R$ 20 milh�es de empreiteiras suspeitas. 

TER�A-FEIRA


Aumento salarial
Deputados rejeitam pedido do governo de adiar vota��o de projeto de lei que eleva sal�rios. A PEC em pauta vincula os sal�rios do advogado-geral da Uni�o, dos procuradores estaduais e municipais, al�m dos delegados das pol�cias Civil e Federal, a 90,25% do que ganham os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). No dia seguinte, o projeto � aprovado.

QUARTA-FEIRA


Desemprego maior
Estimativa da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) aponta para um crescimento do desemprego em julho, com taxa de 7%. O sal�rio m�dio de admiss�o caiu tamb�m 2% em junho, pior resultado nos �ltimos 11 anos.

Adeus, aliados
O PDT e o PTB formalizam a sa�da da base de apoio ao governo de Dilma Rousseff na C�mara. Alegam, no entanto, que isso n�o significa uma migra��o para a oposi��o, mas a decis�o de manter uma postura "independente".

QUINTA-FEIRA

Reprova��o recorde
Instituto Datafolha divulga pesquisa em que a rejei��o � presidente Dilma Rousseff subiu e atingiu 71% dos entrevistados, superior � reprova��o do   ex-presidente Fernando Collor de Mello em setembro de 1992, antes do impeachment.

CPI sem o PT
O Congresso instala mais tr�s comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs), entre elas, a do BNDES. Oposi��o e partidos da base governista se unem para deixar o PT de fora do controle de todas as investiga��es.

Panela�o de novo
Programa partid�rio do PT, com participa��o do   ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, causa onda de protesto. Antes mesmo da exibi��o da pe�a publicit�ria, popula��o j� batia panelas.

SEXTA-FEIRA

Galope da infla��o
 De acordo com o IBGE, a infla��o oficial acumula alta de 9,56% em 12 meses, a maior desde 2003. O �ndice est� bem acima do teto da meta de infla��o do Banco Central, que � de 6,5%. Em julho, tamb�m os alimentos tiveram os pre�os reajustados em 0,65%.

Articula��o problem�tica
Boato de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) quer deixar a articula��o pol�tica do governo da presidente Dilma faz elevar a temperatura em Bras�lia. Informa��o foi desmentida pelo peemedebista em rede social: “S�o Infundados os boatos de que deixei a articula��o pol�tica. Continuo.”


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