
Rio - O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompido com o governo desde o dia 17 de julho, usou mais uma vez as redes sociais para negar que esteja trabalhando para fragilizar a presidente Dilma Rousseff com a vota��o de uma "pauta-bomba" e a abertura de CPIs inc�modas ao Pal�cio do Planalto. "A tentativa de alguns de me colocar como vil�o das contas p�blicas por retalia��o ao governo n�o tem amparo na realidade dos fatos", reclamou em sua conta no Twitter na tarde deste domingo, 9. "Sei bem os riscos que sinais equivocados podem causar na avalia��o do grau de investimento do Pa�s e n�o compactuo com isso", afirmou. "� preciso parar de especular e tratar as coisas com mais seriedade", afirmou Cunha.
"Tentar esconder a real situa��o de fragilidade do governo sem base na C�mara me culpando pelas suas derrotas � querer n�o enfrentar o problema", defendeu-se. "A verdade nua e crua � que n�o existe base do governo". Cunha tem transferido para o Col�gio de L�deres a responsabilidade pelas vota��es, como a que aprovou a emenda � Constitui��o que reajusta sal�rios de advogados e defensores p�blicos e delegados, na semana passada. "Presidente da C�mara n�o � o dono da C�mara e nem do voto dos deputados", escreveu.
Cunha comparou a vota��o da semana passada � aprova��o pela C�mara, em 2009, de emenda constitucional que aumentava o sal�rio de policiais militares e bombeiros. Na �poca, o presidente da C�mara era o atual vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB). "Em 2009, Michel Temer, como presidente da C�mara, n�o conseguiu impedir a vota��o da PEC 300, de autoria do senador Renan Calheiros. Nem conseguiu impedir a viola��o do fim do fator previdenci�rio, que foi vetado por Lula. Isso n�o quer dizer que Michel estava contra as contas p�blicas. Foi a vontade da Casa naquele momento, que ele teve que aceitar", disse Cunha.
O peemedebista tamb�m negou ter instalado novas CPIs para trazer novos problemas ao governo. A que mais preocupa o Planalto � da CPI do BNDES. "Se a vez eram dessas CPIs, o que me restava fazer a n�o ser cumprir a minha obriga��o. N�o fui eu que protocolei as CPIs. E mais: as CPIs s�o regimentais, funcionam cinco simult�neas e na ordem de protocolo", disse.
Cunha lembrou que projetos problem�ticos para o governo, por implicarem em aumento de gastos, t�m sido aprovados com votos de parlamentares do PT e outros partidos governistas. "� preciso parar com essa fantasia de que sou respons�vel pelo resultado das vota��es,como se eu fosse capaz de convencer a todos. Sem reagrupar a sua base e constituir uma maioria s�lida, o governo continuar� com problemas e sofrendo derrotas. Agora, n�o cabe a mim constituir a maioria que o governo n�o tem para vencer vota��es no plen�rio da C�mara".
Cunha negou que o fato de ter rompido com o governo esteja ligado � "pauta-bomba" da C�mara. "E convencer por um motivo de retalia��o. Ser� que todos se submeteriam a isso? E os votos de deputados que me fazem oposi��o aberta, tais como os do PT?", questionou.