S�o Paulo, 12 - A presidente Dilma Rousseff disse que n�o est� isolada politicamente. "N�o acho que estamos no isolamento pol�tico, acho que tem muita volatilidade nas avalia��es pol�ticas e isso contamina o ambiente", disse em entrevista ao SBT.
Sobre a pol�mica fala de seu vice, Michel Temer, de que seria preciso "algu�m para reunificar o Pa�s", Dilma negou veementemente que tenha sido algum tipo de amea�a velada ao seu governo. "De maneira alguma vejo assim. Quero dizer que muito pelo contr�rio, o vice-presidente, antes dessa declara��o, falou comigo. Ele estava extremamente emocionado diante do fato imposs�vel que foi aquela vota��o. Ele estava se referindo � reunifica��o da base."
Na v�spera da declara��o de Temer, em 5 de agosto, o governo n�o conseguiu barrar o reajuste salarial aos servidores da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) na C�mara nem conseguiu evitar o alijamento do PT de CPIs como a do BNDES e a dos Fundos de Pens�o.
"N�o h� intriga entre eu e o Temer, n�o acredito nesse tipo de especula��o. A contribui��o do vice-presidente ao meu governo tem sido sistem�tica", completou Dilma.
Sobre impeachment e as condi��es do governo de barrar um eventual processo para afast�-la no Congresso, Dilma disse que n�o comentaria. "Quando ocorrer e se ocorrer (a abertura do processo de impeachment), a gente conversa."
A presidente tamb�m se esquivou da pergunta sobre a reforma ministerial, que deve fazer em breve com prov�vel redu��o das 39 pastas. "N�o vou adiantar medidas que ainda n�o est�o prontas e n�o foram profundamente discutidas", disse, admitindo no entanto que mudan�as est�o "no radar" do governo.
Grau de investimento
Dilma Rousseff disse n�o acreditar que o Brasil v� perder o grau de investimento, considerado um selo de bom pagador dos pa�ses dado pelas ag�ncias de classifica��o de risco. E afirmou que as ag�ncias t�m mostrado "grande empenho na quest�o da governabilidade da pol�tica", demonstrando terem a avalia��o de que a economia brasileira tem um "roteiro de sa�da".
Ontem a Moody's rebaixou a nota do Brasil, mas manteve no patamar de grau de investimento. Apesar do rebaixamento na classifica��o de risco, a ag�ncia revisou a perspectiva de negativa para est�vel, o que foi visto como um al�vio para o governo brasileiro, que ganhou tempo antes de uma eventual perda do grau de investimento.
Ainda falando de economia, a presidente refor�ou sua avalia��o de que o Brasil tem condi��es de retomar o crescimento a partir do fim do ano ou a partir de 2016.
Dilma tamb�m comentou a Agenda Brasil, conjunto de propostas organizado pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). A presidente chamou a agenda de "valorosa" e de "grande iniciativa do presidente Renan", ressalvando que h� pontos que o governo n�o concorda, mas que isso n�o tira a import�ncia das propostas. "A grande vantagem dessa agenda � que ela coloca a necessidade de uma pauta que seja construtiva para o Pa�s"
Mensal�o e Lava Jato
Dilma se esquivou de dar um posicionamento sobre as grandes investiga��es de corrup��o durante o seu governo e do seu antecessor, Luiz In�cio Lula da Silva. Ela repetiu a argumenta��o de que n�o pode julgar ou criminalizar, enquanto presidente da Rep�blica.
A presidente disse defender a independ�ncia do Minist�rio P�blico - citando a indica��o de Rodrigo Janot para recondu��o ao cargo de Procurador-Geral da Rep�blica - e a autonomia da Pol�cia Federal. E disse que, igualmente, precisa defender o "direito da defesa" de quem � investigado. "Sou a favor que se investigue e que se puna todos os crimes e malfeitos previstos em lei, respeito esse arcabou�o", completou.