"Falsas ila��es" e "especula��es" na imprensa foram os motivos para que a empresa de espionagem Kroll desistisse da renova��o do contrato com a CPI da Petrobras. Essa � a avalia��o do presidente da comiss�o, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que disse ter ficado surpreso com a decis�o da consultoria. "Resta a n�s trabalhar em parceira com as institui��es que j� est�o nos ajudando", declarou Motta.
Motta negou que os valores gastos at� o momento com a consultoria, que superaram R$ 1 milh�o, tenham sido desperdi�ados. "Acredito que n�o tenha sido trabalho perdido, existem ind�cios l�. O trabalho seria conclu�do com dados mais substanciais com a contrata��o que seria feita", afirmou o peemedebista.
Membros da CPI que tiveram acesso hoje ao relat�rio da primeira fase das atividades classificaram o trabalho como "bem feito" e disseram que a consultoria detalhava como comprovar as movimenta��es dos delatores no exterior. No documento, a Kroll relatava ind�cios de contas, bens e empresas no exterior de 12 pessoas que foram alvos das investiga��es da Pol�cia Federal, entre elas nove delatores. "A CPI sai perdendo porque teria esse apoio", comentou o presidente da comiss�o.
Um dos pontos de diverg�ncia para a renova��o do contrato com a Kroll foi a cl�usula de indeniza��o para poss�veis questionamentos judiciais futuros. No primeiro contrato, a CPI disponibilizou um cheque cau��o de 20 mil euros, que n�o chegou a ser utilizado. Agora, a consultoria exigia um novo cheque cau��o, ainda sem valor definido, mas a CPI refutou a ideia.
Depoimentos
A CPI ouviu nesta tarde o depoimento do ex-diretor da corretora TOV, Marco Antonio Rodota Stefano. Hoje aposentado, Stefano disse que n�o operava na �rea de c�mbio e que n�o conhecia a doleira Nelma Kodama.
O depoimento anterior foi do operador de c�mbio de Nelma, Luccas Pace J�nior. Ele contou que recebia entre 0,1 e 0,2% dos valores que operava e que Nelma trabalhava para empresas de fachada, que sequer tinham contas em banco. Pace disse que nunca teve contato com a Petrobras e negou rela��o com pol�ticos.
O operador contou que h� brechas no sistema de fiscaliza��o do Banco Central que favorecem a atua��o irregular de corretoras e sugeriu que a CPI questione o BC sobre o fato do volume de remessas para o exterior ser superior ao balan�o de mercadorias. "O BC tem de explicar isso", afirmou.