
“Renuncie Dilma Vez”. Em uma �nica frase, escrita � m�o com caneta hidrocor vermelha, indicando n�o ser cartaz pr�-fabricado, um dos manifestantes resumiu o esp�rito da maioria das pessoas que compareceu ao chamado “Bloco da Papuda”, nesse domingo (16) pela manh� na Pra�a da Liberdade. No ritmo carnavalesco de “Olha a cabeleira do Zez�/Ser� que ele �, ser� que ele �”, era entoada a marchinha: “Olha a roubalheira do PT/Quem paga � voc�, quem paga � voc�!”
Certamente n�o faltou criatividade nas frases de efeito, apresentadas em portugu�s correto e empunhadas com orgulho pelos presentes ao ato p�blico. O protesto, ali�s, mostrou-se poliglota. Houve quem se manifestasse em franc�s, apesar do estranho prenome escolhido na frase (“Je suis charlatan”), lembrando o apoio mundial aos cartunistas atingidos em atentado (“Je suis Charlie”). Outros preferiram a maior repercuss�o do ingl�s: I’m back; i’ll never give up (estou de volta, nunca irei desistir). O internet�s tamb�m ajudou a expressar indigna��o: # partiucuba.
No meio da multid�o, que agitou pacificamente o domingo, sobrou tamb�m para os insetos. Na exposi��o informal realizada nas grades do Pal�cio da Liberdade, que se prestaram a afixar cartazes, sobressa�a uma formiga gigante. “� uma alus�o ao trabalho de formiguinha de cada cidad�o brasileiro”, explicou o autor, o engenheiro qu�mico Paulo Rodrigues, de 54 anos. As tanajuras tamb�m foram lembradas: “PTNajura: Perde a asa e vira cupim. X� praga!”
De diversas maneiras, os manifestantes em particular declararam a revolta supostamente geral. Teve gente que gastou filosofia: “Credibilidade n�o d� duas safras. Quando se perde n�o tem mais retorno. Fora, Dilma!” Outros apostaram na religi�o: “Lula � meu pastor. Por isso, tudo te faltar�”. Alguns hastearam a bandeira modificada de Minas: “Dec�ncia ainda que tardia”. Os mais taxativos deram o recado com uma s� palavra: “�tica”.