Bras�lia - As manifesta��es contra o governo, nos 26 Estados e no Distrito Federal, acenderam o sinal amarelo no Pal�cio do Planalto. A avalia��o foi a de que desta vez a imagem da presidente Dilma Rousseff ficou colada ao desgaste enfrentado pelo PT no esc�ndalo de corrup��o da Petrobras. O governo acredita ainda que o PSDB conseguiu "partidarizar" os movimentos na tentativa de fazer avan�ar a tese do impeachment.
Para evitar "panela�os" e esvaziar a repercuss�o dos protestos, ministros foram orientados a n�o dar entrevistas ap�s a reuni�o com Dilma, no Pal�cio do Alvorada, que durou duas horas. Coube ao titular de Comunica��o Social, Edinho Silva, emitir um curto coment�rio.
"O governo viu as manifesta��es dentro da normalidade democr�tica", disse Silva. "O governo mant�m sua agenda de trabalho para em breve o Pa�s voltar a crescer, gerando emprego e distribuindo renda", emendou, em post no Twitter.
A ordem do Planalto � destacar a legitimidade dos protestos e dizer que o governo tem "humildade" para admitir os erros. No diagn�stico de ministros ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a crise pol�tica arrefeceu, mas est� longe de acabar e o governo precisa tomar cuidado para n�o demonstrar soberba neste momento em que os problemas na pol�tica prejudicam ainda mais a economia.
Bonecos
Chamaram a aten��o de ministros, nas manifesta��es de ontem, os bonecos de Dilma vestida de "irm� metralha" e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva com roupa de presidi�rio e a inscri��o 13-171.
A percep��o do n�cleo pol�tico do governo foi a de que Dilma n�o conseguiu, at� agora, transmitir a ideia de que a Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal - respons�vel por desvendar um esquema de corrup��o na Petrobras - vai passar o Pa�s a limpo. Ao contr�rio: os protestos mostraram que a opera��o da Pol�cia Federal nocauteou o governo, Lula e o PT.
F�lego
No entanto, na reuni�o de ontem, ministros disseram que Dilma acertou, nos �ltimos dias, ao sair do Planalto para defender sua gest�o e apontar para os riscos de uma ruptura nas regras do jogo.
Com a popularidade em queda livre, Dilma s� ganhou f�lego nos �ltimos dias ap�s fazer acordo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que divulgou a "Agenda Pa�s" e desviou o foco da crise e do ajuste fiscal - isolando o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Al�m disso, a presidente esteve no Maranh�o e na Bahia, na semana passada, para inaugurar obras. N�o foi s�: tomou caf� da manh� com empres�rios, jantou com senadores aliados e integrantes do Judici�rio e se reuniu com representantes de movimentos sociais dois dias seguidos.
A estrat�gia vai continuar, nos pr�ximos dias. Em conversas reservadas, ministros dizem que Dilma errou no passado ao n�o dialogar com os v�rios segmentos da sociedade e tamb�m com aliados do PMDB. "Mas agora a ficha caiu", contatou um de seus auxiliares.