Ap�s um dia inteiro de cabo-de-guerra entre governo e C�mara, os deputados aprovaram em vota��o simb�lica a equipara��o da remunera��o do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) � da caderneta de poupan�a. Os dois lados tiveram que ceder e todos os partidos orientaram a favor do projeto intermedi�rio entre os textos defendidos pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o Pal�cio do Planalto. O texto, que agora segue para o Senado, foi colocado em vota��o ainda sem consenso. O governo conseguiu fazer o relator indicado por Cunha, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ampliar de tr�s para quatro anos o prazo para alterar a remunera��o do FGTS.
"Nossa proposta inicial era garantir a rentabilidade da poupan�a para 100% das contas. J� que h� este debate, estamos garantido um escalonamento da remunera��o para os pr�ximos quatro anos", afirmou Maia.
"N�o � um acordo em 100%, mas � 80%", disse o l�der do governo, Jos� Guimar�es (PT-CE). O l�der do governo disse que ainda n�o h� uma defini��o do Planalto sobre veto ou san��o ao texto. Ele comemorou o fato de n�o estar em vota��o a proposta original avalizada por Eduardo Cunha, segundo a qual seria imediata a remunera��o de 6,17% mais TR. "Se fosse o projeto original, comprometeria o Minha Casa Minha Vida", afirmou.
A proposta de Maia d� ao governo a possibilidade de usar 60% do lucro do FGTS para subsidiar o programa habitacional a partir do ano que vem. Inicialmente, a partir do terceiro ano, o porcentual cairia para 50%, mas o deputado manteve o �ndice, a pedido do governo. No ano passado, o governo utilizou apenas 40% do lucro. O deputado n�o incluiu a revis�o da taxa de administra��o de 1% que garantiu � Caixa lucro de R$ 4 bilh�es em 2014.
O setor da constru��o civil vai trabalhar para que a proposta seja alterada no Senado. Segundo o presidente da C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (Cbic), Jos� Carlos Martins, o texto aprovado na C�mara � "incompat�vel" com a realidade dos financiamentos � casa pr�pria que j� foram fechados pelos bancos. Isso porque as opera��es foram contratadas com juros mais baixos porque as institui��es financeiras usavam os recursos do FGTS, cuja remunera��o � de 3% ao ano mais TR. O prazo m�dio desses empr�stimos � de 18 anos. "Como o governo n�o est� com muita for�a no Congresso, fica mais suscet�vel a fechar acordos que acabam prejudicando o Pa�s", criticou.
Demora
Antes da vota��o, ao comentar a proposta de reajuste do FGTS, Cunha criticou a letargia do governo para apresentar propostas alternativas a temas pol�micos em discuss�o no Congresso. "O problema � que o governo s� resolve discutir o assunto de verdade quando faltam cinco minutos para o time entrar em campo. Nunca discute quando voc� avisa que o jogo � daqui a dois meses. Eles tendem a empurrar com a barriga", afirmou o presidente da C�mara.
Em palestra para empres�rios da regi�o Centro-Oeste no fim da manh�, Cunha qualificou o ajuste fiscal conduzido pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) com "p�fio" e disse que o Pa�s vive uma "crise de confian�a".
Diante dos empres�rios, o presidente da C�mara ainda ironizou Dilma, parodiando uma declara��o da petista que rendeu piada nas redes sociais. "Como diria, primeiro a gente atinge a meta. Depois a gente dobra a meta. (risos) Vamos tentar atingir a meta e, depois, se poss�vel, a gente dobra", afirmou. A plateia riu de forma contida.