
Bras�lia - A defesa da ren�ncia da presidente Dilma Rousseff, feita segunda-feira pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, deve ser adotada como linha principal de atua��o a partir de agora pelo PSDB, principal partido de oposi��o ao governo federal.
Para o secret�rio-geral nacional da sigla, deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), a mensagem divulgada pelo ex-presidente tucano nas redes sociais unifica o partido e deve orientar o discurso da sigla, inclusive no Congresso Nacional, diante do atual cen�rio de crise pol�tica.
“O texto de Fernando Henrique Cardoso unificou o partido e pacificou o discurso. Essa linha deve orientar a legenda”, afirmou. No texto, FHC disse que a ren�ncia seria um “gesto de grandeza” da presidente e fez um esfor�o para alinhar o discurso dos l�deres tucanos. Pouco depois de divulgar sua mensagem nas redes sociais, o ex-presidente reuniu em seu apartamento, em S�o Paulo, os dois l�deres que s�o op��es do PSDB para a pr�xima elei��o presidencial: o senador mineiro A�cio Neves e o governador paulista, Geraldo Alckmin.
H� duas semanas, aliados de A�cio defenderam a ren�ncia de Dilma e do vice-presidente Michel Temer e a realiza��o de nova elei��o. Alckmin tem sido cauteloso sobre a possibilidade de impeachment agora, quando ele n�o teria condi��es de deixar o governo para disputar com A�cio a indica��o do PSDB e se candidatar � Presid�ncia da Rep�blica.
A linha adotada por FHC � o principal tema em discuss�o na reuni�o do grupo de an�lise estrat�gica do PSDB, realizada nessa ter�a-feira (18), em Bras�lia. O objetivo do encontro foi alinhar a mensagem do ex-presidente tucano com o discurso das bancadas do partido na C�mara dos Deputados e no Senado.
AJUSTE ‘P�FIO’ A crise pol�tica tamb�m foi tema da palestra feita pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a empres�rios da Regi�o Centro-Oeste, em evento em Bras�lia. Ele criticou o ajuste fiscal promovido pelo governo federal, classificando-o como “p�fio”. Cunha disse que o pa�s vive uma “crise de confian�a” e, sem citar nominalmente a presidente Dilma Rousseff, parodiou a declara��o da petista sobre dobrar metas n�o estabelecidas. O deputado disse que as crises pol�tica e econ�mica enfrentadas pelo Brasil s�o “irm�s siamesas”, mas que a prioridade � debelar os entraves pol�ticos”.
“� preciso que a gente saiba enfrentar as duas separadamente, mas a prioridade � sempre resolver a crise pol�tica, porque ela proporciona as condi��es pol�ticas para enfrentar a crise econ�mica”, disse.
Para ele, “a crise pol�tica permite a imagem da seguran�a para enfrentar a crise econ�mica”. “Muito do que a gente vive da crise econ�mica de hoje n�o (�) s� por modelos equivocados que possam ter sido implantados no passado na administra��o da economia, mas � tamb�m pela perda da confian�a que a sociedade tem no comando da economia”, afirmou.
“Vivemos, mais que a crise econ�mica, a crise de confian�a”. O ajuste fiscal, em si, � p�fio e ele n�o tem nem relev�ncia num�rica no problema da falta de super�vit. � muito mais simb�lico, com o objetivo de mostrar que se tem controle sobre as contas p�blicas e, consequentemente, gerar perante os investidores a seguran�a de que o dinheiro vai ser aplicado num pa�s que vai dar certo”, alfinetou o presidente da C�mara.
E completou: “A confian�a tem que ser restabelecida. Deixamos de ser a bola da vez aos olhos da comunidade internacional. Precisamos voltar a ser a bola da vez”.
TRIBUT�RIA Eduardo Cunha tamb�m falou aos empres�rios sobre a discuss�o na C�mara sobre a reforma tribut�ria. Ele se posicionou contra o aumento da carga tribut�ria, solu��o, segundo o peemedebista, “longe de ser inteligente”. Ao prometer colocar em vota��o o texto que sair da comiss�o que discute o tema na Casa, entre setembro e outubro, concluindo-a at� o fim do ano, Eduardo Cunha parodiou uma declara��o de Dilma Rousseff feita em julho deste ano, quando ela tentava explicar a meta estabelecida para o Pronatec. “Como diria..., primeiro a gente atinge a meta. Depois a gente dobra a meta. (risos) Vamos tentar atingir a meta e, depois, se poss�vel, a gente dobra. Vamos chegar e atingir esse objetivo e, atingido esse objetivo, a gente espera poder tratar de coisas que tenham a ver com o Centro-Oeste, ver o que � poss�vel dentro do nosso pa�s atingir”, afirmou Cunha, sem mencionar o nome de Dilma, arrancando risos contidos da plateia.
A frase usada por advers�rios para ironizar a presidente ganhou grande repercuss�o nas redes sociais: “N�o vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta”, disse Dilma sobre o Pronatec Aprendiz em 28 de julho.