S�o Paulo e Curitiba, 19 - O deputado Nelson Meurer (PP/PR), alvo da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, afirmou � Justi�a Federal no Paran� que o ex-deputado Pedro Corr�a (PP/PE) - preso em Curitiba por suspeita de corrup��o e lavagem de dinheiro no esquema de propinas na Petrobras - era ouvido e respeitado dentro do partido "por suas boas a��es
que ele fazia
com a sua experi�ncia como parlamentar".
"Todos os deputados do partido (PP)
sempre ouvia
ele nas orienta��es e nas dificuldades que
n�is
tinha das atitudes que a gente tomava em plen�rio, sempre ouvia o conselho do Pedro Corr�a ", declarou Meurer, em depoimento nesta ter�a-feira, 18.
Corr�a tamb�m foi condenado a 7 anos e dois meses de pris�o no mensal�o e cumpria pena no regime semiaberto quando teve a nova pris�o decretada no �mbito da Lava Jato. As investiga��es indicam que ele recebeu dinheiro do esquema da Petrobras at� 2014, mesmo durante o per�odo em que estava sendo julgado pelo mensal�o no Supremo Tribunal Federal
Meurer foi arrolado pela defesa de dois r�us da Lava Jato, Pedro Corr�a e Luiz Arg�lo (ex-PP e SD/BA), tamb�m preso por corrup��o e lavagem de dinheiro desviado de contratos bilion�rios da Petrobras.
O PP dominava uma �rea estrat�gica da estatal petrol�fera, a Diretoria de Abastecimento. Durante quase uma d�cada o partido manteve no comando do setor o engenheiro Paulo Roberto Costa, indicado pelo ex-deputado Jos� Janene (PP/PR), morto em 2010. Costa foi preso na Lava Jato, fez dela��o premiada e agora est� em regime domiciliar.
Nelson Meurer, assim como os r�us pelos quais testemunhou, est� sob suspeita de ter recebido propinas do cartel de empreiteiras que se instalou na Petrobr�s entre 2004 e 2014.
Como deputado, Meurer det�m foro privilegiado e � investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Dois delatores da Lava Jato afirmam que Meurer recebia dinheiro il�cito. O doleiro Alberto Youssef, pe�a central da Lava Jato, declarou � Procuradoria-Geral da Rep�blica que Meurer era 'um dos l�deres do PP e, como tal, recebia repasses mensais que variavam de R$ 250 mil a R$ 500 mil'. Segundo Youssef, o dinheiro era entregue em um hotel em Curitiba.
O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que tamb�m virou delator, disse que Meurer recebeu R$ 4 milh�es por meio do doleiro para a campanha de 2010. O doleiro confirma o repasse, mas n�o sabe como o pagamento foi feito. Nelson Meurer nega as acusa��es.
Na audi�ncia desta ter�a na Justi�a Federal, o deputado foi ouvido por videoconfer�ncia. Ele estava em Bras�lia. O juiz S�rgio Moro estava em seu gabinete, em Curitiba. Os advogados de Corr�a e Arg�lo tamb�m.
Na descri��o de Nelson Meurer seu ex-companheiro de agremia��o s�o um modelo de pol�tico. "Tenho certeza que Pedro Corr�a sempre trabalhou corretamente, uma pessoa que pela sua experi�ncia sempre orientava os parlamentares nas suas atividades no Plen�rio da C�mara. Foi presidente do Partido Progressista. Nada tenho de conhecimento de algum ato do Pedro Corr�a que desabonasse a sua conduta."
Meurer disse:. "Pedro Corr�a fez um grande trabalho em prol do desenvolvimento do nosso partido, representando com muita dignidade o povo que confiou no PP e formou uma das maiores bancadas da C�mara Federal."
Ele confirmou a realiza��o de um jantar em Bras�lia em homenagem a Paulo Roberto Costa, em 2010 ou 2011. Disse que 'n�o tem conhecimento' se Pedro Corr�a teve participa��o na indica��o do diretor de Abastecimento da estatal.
Sobre o ex-deputado Luiz Arg�lo, ele declarou: "Convivi com Arg�lo durante os mandatos dele como deputado federal, sempre uma pessoa com comportamento
que n�o o desabonasse
."
Indagado se presenciou repasse de vantagem indevida a Arg�lo, o deputado Nelson Meurer foi enf�tico. "De maneira nenhuma. Nunca soube que algu�m teria repassado algumas vantagens indevidas para o Luiz Arg�lo, eu n�o participei de processo nenhum de distribui��o de vantagens indevidas."