Bras�lia, 19 - O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), disse aos colegas de plen�rio nesta quarta-feira, 19, que n�o quer conduzir sozinho investiga��o sobre den�ncias de tr�fico de influ�ncia envolvendo o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da corte, Aroldo Cedraz.
O TCU anunciou h� quase um m�s a abertura de uma apura��o preliminar sobre o caso, que n�o avan�ou. Ministros resistem em assumir a relatoria do processo, sob o argumento de que seria um constrangimento e um desgaste perante Aroldo Cedraz.
Em julho, o escrit�rio do advogado foi alvo de buscas na Opera��o Politeia - bra�o da Lava Jato no Supremo que apura a suposta atua��o dele para influenciar decis�es da corte, com base em depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, delator do esquema de corrup��o na Petrobras.
Tiago fez fortuna � frente da banca, com forte presen�a no �rg�o comandado pelo pai. Circula com desenvoltura pelos gabinetes da corte e tem rela��es pr�ximas com alguns ministros. Como revelou o jornal "O Estado de S. Paulo", um relat�rio do TCU, obtido por meio da Lei de Acesso � Informa��o, relaciona ao menos 79 visitas dele ao pr�dio o tribunal em Bras�lia desde o fim de 2006, ano em que come�ou a atuar como advogado.
A investiga��o preliminar foi instaurada por Raimundo Carreiro, corregedor do TCU, mas ele n�o ficou � frente do caso, pois foi citado na dela��o de Pessoa. Em depoimento, o empres�rio disse ter pago R$ 1 milh�o para que Tiago atuasse em caso relacionado a obras na usina de Angra 3. No TCU, Carreiro � o relator de processos sobre essas obras. O ministro e Tiago negam qualquer participa��o em il�citos.
Nardes foi sorteado o relator na semana passada e, desde ent�o, vem dizendo que n�o decidiu se assumir� a fun��o. A declara��o de que pretende declinar da relatoria foi feita em sess�o reservada do tribunal, perante os demais ministros. Conforme um dos presentes � reuni�o, ouvido pelo jornal, o impasse ainda n�o tem solu��o.
Os integrantes da corte discutem a possibilidade de que uma comiss�o de ministros leve a apura��o adiante. Uma decis�o a respeito, contudo, n�o foi tomada. "Isso � um abacaxi", disse, reservadamente, um dos ministros.
Nesta quarta-feira, Nardes n�o atendeu a telefonemas do jornal e n�o retornou a recado deixado pela reportagem em seu gabinete.