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Estado de Minas

'Eu preciso que voc� me pague', disse Cunha a delator, segundo Procuradoria


postado em 21/08/2015 17:01 / atualizado em 21/08/2015 17:19

(foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)
(foto: Alex Ferreira / C�mara dos Deputados)

Na den�ncia que apresentou nessa quinta-feira contra o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, relatou em detalhes a press�o a que o peemedebista teria imposto ao delator da Opera��o Lava-Jato J�lio Camargo para pagar U$ 10 milh�es em propinas - US$ 5 milh�es para o pr�prio parlamentar e US$ 5 milh�es para seu aliado, o lobista do PMDB na Petrobras, Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano.

"Eu preciso que voc� me pague", amea�ou Cunha, segundo o delator. O presidente da C�mara nega.

Na pe�a encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, o chefe do Minist�rio P�blico Federal afirma que, entre os anos de 2006 e 2009, o presidente da C�mara recebeu parte de um total de U$ 40 milh�es em contrato de multinacionais para constru��o de dois navios-sonda da Petrobras.

Os pagamentos eram feitos pelas empresas via J�lio Camargo, que repassava a Fernando Baiano o dinheiro que tinha Cunha como destinat�rio final.

De acordo com o procurador-geral, em julho de 2010 a propina foi suspensa. Nessa ocasi�o, J�lio Camargo passou a ser pressionado por Baiano para efetuar o pagamento atrasado de US$ 15 milh�es. A press�o sofrida foi relatada em julho pelo lobista em depoimento � Procuradoria-Geral da Rep�blica. Camargo relatou que Baiano, ao cobrar o dinheiro, falou que era "assunto de interesse" do deputado Eduardo Cunha.

Segundo a Procuradoria, o deputado, o delator e o lobista do PMDB se encontraram em setembro de 2011 em um pr�dio comercial no Rio. Na reuni�o, segundo a den�ncia, Cunha cobrou Camargo diretamente. "J�lio, em primeiro lugar eu queria dizer que n�o � um problema pessoal em rela��o a voc�. Acontece que o Fernando n�o me paga porque diz que voc� n�o o paga. Como Fernando n�o tem capacidade de me pagar, eu preciso que voc� me pague", disse Cunha, segundo relato de J�lio Camargo � Justi�a.

O delator disse que ainda tentou explicar o motivo da suspens�o dos pagamentos, mas Cunha foi irredut�vel. "Eu n�o sei de hist�ria e n�o quero saber", teria dito. "Eu ainda tenho 5 milh�es de d�lares para receber em rela��o a este pacote".

Segundo o Minist�rio P�blico Federal, ficou acertado na reuni�o que o lobista iria transferir US$ 5 milh�es a Cunha e o mesmo valor a Baiano. O dinheiro passaria por contas no exterior e seria repatriado por opera��es de empresas do doleiro Alberto Youssef.

Depois, J�lio Camargo perguntou ao deputado sobre o andamento dos requerimentos protocolados pela ent�o deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) - aliada de Eduardo Cunha - para fustigar o lobista e as empresas que ele representava. O Minist�rio P�blico Federal atribui a Cunha a autoria intelectual dos requerimentos. Cunha teria dito que n�o haveria mais com o que se preocupar. Os requerimentos foram arquivados.

Os pagamentos foram feitos entre os meses de outubro de 2011 e 2012. Camargo relatou ainda que a press�o cessou ap�s o pagamento da �ltima parcela da propina. O lobista relatou que encontrou o parlamentar em um momento posterior e que "n�o s� foi cumprimentado por ele de maneira efusiva como (Cunha tamb�m) se colocou � disposi��o para qualquer outro assunto".


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