S�o Paulo - Cercado por dezenas de jornalistas, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), n�o quis mais falar sobre a den�ncia enviada na quinta-feira, 20, contra ele ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), sobre suposta participa��o no esquema de corrup��o na Petrobras. "O que est� acontecendo � um processo que virou jur�dico e esse jur�dico vai ser resolvido juridicamente. Ponto, n�o h� mais o que falar", disse, ap�s participar de um evento com apoiadores da For�a Sindical, em S�o Paulo. "J� falei o que tinha que falar em nota. Sob esse aspecto, a partir de agora, fala meu advogado", respondeu ao ser questionado sobre quais inconsist�ncias via na den�ncia elaborada por Rodrigo Janot.
O peemedebista n�o falou sobre suas argumenta��es anteriores de que est� sendo perseguido por Janot e pelo Planalto e repetiu que n�o far� nada para retaliar o governo. "N�o h� de minha parte nenhum intuito de elaborar nenhum tipo de retalia��o", disse em refer�ncia impl�cita �s conversas de bastidor de que ele agilizaria pedidos de processo de impeachment contra Dilma.
Ele disse ainda que n�o pretende retaliar em rela��o � condu��o das pautas de vota��o. "A C�mara toma suas decis�es por maioria. O presidente n�o � dono da C�mara, nem sequer � dono da pauta. Vou continuar me comportando do mesmo jeito, n�o tenho que tomar medida de nenhuma natureza", disse.
Sobre a rea��o dentro do seu partido, o PMDB, Cunha disse que deve ser apurado com seus colegas. E afirmou que ele n�o tem motivos para buscar apoio de correligion�rios nem adotar a��es para manter o apoio de seus aliados no Congresso. "N�o tenho que buscar o apoio de quem quer que seja para absolutamente nada. Simplesmente vou continuar exercendo meu papel. O apoio do PMDB eu tenho que buscar para as minhas teses pol�ticas nos seus f�runs apropriados."
Renan
Tanto na entrevista como na apresenta��o que fez pouco antes a sindicalistas, o presidente da C�mara repetiu a compara��o que havia feito, em nota, com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Cunha argumenta que Renan tamb�m � alvo de den�ncia, que foi at� aceita no Supremo Tribunal Federal, e que isso n�o significa que n�o tenha condi��es de presidir uma Casa Legislativa.
Cunha fez quest�o de ressaltar que sua argumenta��o n�o era pra "falar (mal) do presidente Renan", seu colega de partido. "N�o estou fazendo qualquer compara��o", disse na defensiva e tentando evitar atritos com Renan. Ele tamb�m esclareceu que n�o se referia a 2007, quando a press�o por causa de den�ncias de corrup��o levaram Renan a renunciar � presid�ncia do Senado. "N�o estou falando de uma den�ncia em 2007, estou falando de uma den�ncia agora e que ainda est� para ser apreciada."
Alian�a com PT
Eduardo Cunha enfatizou ser contr�rio � alian�a do PMDB com o PT e que a rela��o com o partido da presidente Dilma Rousseff n�o muda por causa da den�ncia contra ele no Supremo. "Sou cr�tico da alian�a do PT com PMDB e defendo que o PMDB saia dessa alian�a, mas isso tem de ser discutido no foro apropriado. Fora do foro apropriado, posso dizer que sou contra essa alian�a e que vou pregar o fim dela, o resto quem tem que dizer s�o os outros", afirmou, ao lembrar que o PMDB ter� um congresso em novembro em que as alian�as da legenda estar�o em pauta.