Em um quarto de hotel do luxo em Ipanema, no Rio, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa recebeu uma caixa de garrafa de cacha�a recheada com R$ 200 mil em dinheiro vivo. A propina foi entregue, em 2009, ao executivo pelos deputados do PP Jos� Ot�vio Germano (RS) e Luiz Fernando Farias (MG), segundo relat�rio da Pol�cia Federal ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, declarou � PF. "Com rela��o ao pagamento realizado no Hotel Fasano, recorda-se de mais detalhes: foi com o motorista da Petrobras, Evangelista, ao Hotel Fasano e l� se dirigiu ao quarto onde ambos os parlamentares se encontravam e l� recebeu a quantia em embalagem utilizada para acondicionar garrafas de cacha�a."
Segundo Costa, a Fidens, na �poca, j� era cadastrada junto � Petrobras, mas n�o era convidada a participar de licita��es. O ex-diretor citou o ex-ministro das Cidades, M�rio Negromonte. "Se recorda de j� ter se encontrado com Luiz Fernando Ramos Farias e Jos� Ot�vio Germano em reuni�es realizadas no apartamento funcional de M�rio Negromonte em Bras�lia; pelo que se recorda a reuni�o inicial com ambos se deu apenas para tratar desse ingresso da Fidens, n�o tendo com eles discutido outros assuntos."
Jos� Ot�vio Germano e Luiz Fernando Ramos Faria s�o alvo do Grupo de Inqu�ritos do Supremo Tribunal Federal, bra�o da PF encarregado de investigar parlamentares supostamente envolvidos no esquema de corrup��o que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014. Em mar�o deste ano, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, requereu ao STF abertura de inqu�rito para investigar cerca de 50 pol�ticos entre deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares. A reportagem fez contato com os deputados e a empresa Fidens, mas n�o teve resposta.